Curti, e daí? Videocast traz visão dos adolescentes sobre redes sociais

Publicado originalmente em *Desinformante por Liz Nóbrega. Para acessar, clique aqui.

O podcast ‘curti, e daí?’, realizado pelo Instituto Vero, estreou a sua segunda temporada na última quinta-feira (4) como videocast abordando temas como influenciadores digitais e discurso de ódio. Ao todo, três novos episódios se somam aos cinco já publicados que trazem reflexões de adolescentes em conversas com especialistas sobre fenômenos atuais das redes.

O projeto, que conta com apoio do Youtube, traz famosos da internet e um grupo de especialistas em mídias sociais, mas as verdadeiras celebridades dos episódios são os adolescentes. “Os adolescentes falam sobre a relação deles com as redes de uma maneira sensível, inteligente e criativa. Essa escuta não só os empodera como também nos ensina a lidar com os desafios do nosso tempo”, diz Januária Cristina Alves, apresentadora do podcast e especialista em educação midiática.

Nos episódios, os alunos conversaram com o professor Noslen, que ficou famoso ensinando português no YouTube, e com os influencers Tom Filho, apresentador do Art Attack, do canal Disney Plus, e Gabriela Araujo, poeta, atriz e apresentadora da TNT Brasil. O debate entre eles e os alunos apontou a potência dos jovens para refletir sobre as redes sociais. 

No primeiro deles, a conversa abordou a influência digital também com a participação de duas especialistas: Daniela Costa, doutora em educação e coordenadora da pesquisa Tic Educação; Maria Mello, do Instituto Alana, ONG voltada para os direitos das crianças e dos adolescentes. “A gente está em uma época em que todo mundo fala muito o que pensa”, disse Helena, do 3º ano do ensino médio, para os influenciadores. “E tem influenciador que não expõe seus pensamentos. Por quê?”, perguntou.

Victor Vicente, Head de Comunicação do Instituto Vero, enalteceu esse protagonismo dos alunos. “Nosso maior interesse é ouvir do jovem como ele entende que as mídias sociais impactam a sua própria vida”, afirma. “A cada episódio nos surpreendemos com as respostas, que fogem do óbvio e têm um poder enorme de inspirar. Exatamente por isso nossa meta é levar esse conteúdo para ainda mais escolas a partir de agora”, conta Victor, que também é um dos coordenadores do projeto.

O segundo episódio inédito abordou o consumo de notícias na internet e as relações dos jovens com as informações jornalísticas também com a participação do pesquisador e  professor da USP Eugênio Bucci. O papo mostrou que a maioria não se interessa por notícias e que, se algum assunto do momento os interessa, eles buscam dados no Google ou TikTok. “O jornal e a televisão trazem problemas o tempo inteiro, muitos problemas, e eu canso, não aguento”, disse Clara, do Colégio Bandeirantes, que reconhece que acessando menos conteúdo noticioso ela também se torna menos consciente. 

Já o terceiro episódio aborda discurso de ódio e cancelamento nas redes sociais. As opiniões dos jovens são também complementadas com a participação de Telma Vinha, professora da Unicamp que coordena pesquisa sobre a relação da violência nas escolas com as redes sociais. No videocast, os adolescentes expressaram seus pensamentos e falaram sobre a linha que separa a opinião das pessoas de um discurso odioso.

O projeto também conta com outros cinco episódios de podcast que abordam temas como desinformação, saúde mental, bullying e bolhas virtuais.  E, além dos episódios em áudio e vídeo, o “curti, e daí?” lançou um material online de apoio para educadores, consolidando o projeto como um instrumento de educação midiática, com um conteúdo que contempla realidades brasileiras das mais diversas. O material pode ser baixado aqui:

trilhas-pedagogicas-curti-e-dai_finalBaixar

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