Vitamina D, Zinco e Selênio auxiliam no combate a Covid-19? Entenda

Publicado originalmente em Nujoc Checagem por Thalita Albano. Para acessar, clique aqui.

O Nujoc, por meio de parceria com o aplicativo Eu Fiscalizo – da Fiocruz(disponível para Android e iOS), recebeu para checagem uma publicação da página no instagram @verum_vitae_ que trazia a seguinte informação: Vitamina D, Zinco e Selênio – Nutrição e genética podem auxiliar na Covid-19 e outras doenças.

O post relata através da legenda que a Vitamina D participa da função imunológica, no fortalecimento das barreiras epiteliais, além de ter propriedades antioxidantes e regular a expressão do novo coronavírus para entrar nas células humanas (ACE2). Já o Zinco exerce efeitos antivirais diretos, além de atuar como cofator de dezenas de proteínas importantes para a função e regulação imunológica e defesa antioxidativa. Enquanto o Selênio regula a função imunológica e fornece defesa antioxidante e proteção dos vasos sanguíneos (um dos principais alvos da Covid-19).

A informação reportada de que tanto a Vitamina D como o Zinco e o Selênio podem auxiliar na Covid-19 e em outras doenças é verdadeira e segundo pesquisas, podem até auxiliar na imunidade, conforme uma matéria publicada pelo site de notícias UOL ainda em 2020, contudo, não protegem do coronavírus, sendo por isso, uma afirmação falsa.

Segundo o site, apesar de a Vitamina D e o Zinco serem substâncias com atuação reconhecida no funcionamento do sistema imunológico, não há comprovação científica sobre seu emprego específico em pacientes com coronavírus. Também não é recomendado que as pessoas façam suplementação de Vitamina D e Zinco sem orientação médica.

O sistema imunológico é responsável pela resposta do nosso corpo a infecções. É ele que atua no controle de vírus e bactérias nocivos ao organismo. Para manter o bom funcionamento do sistema imunológico, os médicos prescrevem uma alimentação saudável e balanceada, exercícios físicos, redução do estresse e sono de qualidade. Com isso, cientistas refutam a hipótese de que seria possível “aumentar” nossa imunidade e dizem que o que é possível é mantermos nosso sistema de defesa em bom funcionamento, o que já garante uma resposta efetiva à maior parte das infecções. “Isso não existe, não reforçamos o sistema imunológico. O sistema imune de uma pessoa saudável e em condições ideais já é robusto o suficiente para enfrentar qualquer desafio, inclusive, uma infecção como essa”, afirmou a médica Ana Maria Caetano, pesquisadora de imunologia e nutrição na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e integrante da SBI (Sociedade Brasileira de Imunologia).

Porém, um sistema imunológico em bom funcionamento não é garantia de que a pessoa não irá ser infectada pelo coronavírus. Para os pacientes que já desenvolveram a doença, o médico José David Urbaéz, diretor científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, destaca que ainda não foram desenvolvidas pesquisas que deem segurança sobre qual o melhor tratamento à covid-19. “Tudo que se tem em relação a covid-19 é uma ausência de dados para respostas definitivas. Nesse recorte do tratamento, a gente não tem nenhum dado que realmente esclareça”, afirmou Urbaéz.

O infectologista afirmou que a vitamina D costuma ser receitada para pacientes que enfrentam problemas no sistema imunológico, como pessoas em tratamento contra o câncer, mas que não há consenso científico sobre sua utilização generalizada como forma de aumentar a resposta imune do organismo. Segundo ele, o mesmo vale para o Zinco, um mineral que participa de reações da resposta inflamatória do corpo contra agentes infecciosos, mas para o qual faltam estudos que recomendem sua utilização específica no tratamento de pacientes com a covid-19.

Ana Caetano, pesquisadora da UFMG, afirma que tanto o Zinco como a Vitamina D e também a Vitamina C exercem um papel importante no funcionamento do sistema imunológico e que é possível obter a quantidade ideal desses nutrientes por meio de uma alimentação saudável, no entanto, o excesso de nutrientes não é aproveitado pelo corpo. “Para todas essas vitaminas e minerais, o ideal é ter uma concentração correta no organismo, porque se tomar a mais, o corpo vai excretar o excesso”, disse a pesquisadora. Ana destacou ainda que a recomendação é sempre procurar um médico antes de tomar qualquer vitamina ou mineral.

O site Veja Saúde publicou em fevereiro deste ano, um estudo da Clínica Cleveland, nos Estados Unidos, publicado no respeitado periódico científico JAMA, indicando que incluir suplementos de vitamina C e zinco no tratamento da Covid-19 não faz diferença no controle dos sintomas, mesmo quando consumido juntos.

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