Urnas são muito antigas e frágeis? Canais no Youtube colocam dúvidas sobre as urnas eletrônicas e afirmam erroneamente que apenas três países adotam o sistema eletrônico

Publicado originalmente em Coar Notícias. Para acessar, clique aqui.

Narrativas desinformativas de perfis extremistas criticam credibilidade das urnas eletrônicas e evocam retorno do voto impresso

Canais com milhares de inscritos no Youtube, principalmente aqueles com mais de 200 mil inscritos, vêm sendo acompanhados pela COAR desde o início do mês de maio quanto à averiguação de narrativas desinformativas sobre as urnas eletrônicas. Em vídeos divulgados há cerca de sete dias, a COAR conseguiu elencar as principais argumentações falsas e as dúvidas que os proprietários desses canais tentam pôr em cheque sobre as urnas eletrônicas no país e atacar diretamente as eleições democráticas. Entre elas:

1. As urnas são muito antigas

Não é verdade. Desde 1996, as urnas eletrônicas são utilizadas no Brasil. A partir de 2000, o voto passou a ser totalmente informatizado. Em 2018, foram utilizadas 524.210 urnas eletrônicas dos modelos UE 2015, 2013, 2011, 2009, 2008 e 2006. Em 2022, serão utilizadas 577.125 mil urnas eletrônicas dos modelos UE 2020, 2015, 2013, 2011, 2010 e 2009. Neste total estão incluídas as urnas eletrônicas de contingência, que são utilizadas para substituir algum aparelho que entre em pane.

Deve-se ressaltar que todos os dados são protegidos por assinaturas digitais, sendo que a urna eletrônica possui dispositivo de segurança em hardware que assegura que apenas programas assinados digitalmente em uma sala-cofre do TSE sejam executados na urna eletrônica.

Por fim, destaca-se que há apenas uma única versão do sistema de votação para todo o país, sendo que todas as informações e programas contidos na urna podem ser auditados a qualquer momento, inclusive por perícias forenses, de modo a assegurar que correspondem à versão única lacrada em cerimônia pública.

2. Somente três países adotam as urnas eletrônicas

Falso. O voto eletrônico não é uma particularidade do Brasil. De acordo com o Instituto para Democracia e Assistência Eleitoral Internacional (Idea) – uma organização intergovernamental que apoia democracias sustentáveis em todo o mundo e que conta com 34 países-membros, como Suíça, Portugal, Noruega, Austrália e Canadá, além do Brasil –, o voto eletrônico é adotado por pelo menos 46 nações.

Ainda segundo o Idea, 16 países adotam máquinas de votação eletrônica de gravação direta. Isso significa que não utilizam boletins de papel e, assim, registram os votos eletronicamente, sem qualquer interação com cédulas.

3. Urnas são frágeis e suscetíveis a ataques hackers

Falso. Não há uma só fraude comprovada sobre as Eleições 2018 ou sobre qualquer outra eleição em mais de 25 anos de uso da urna eletrônica. Essa constatação foi feita não apenas por auditorias realizadas pelo TSE ou por partidos políticos.

Conforme informações coletadas diretamente com o TSE, via email, o órgão destaca:

Para que fosse possível uma fraude, além de manipular o dado, o eventual atacante deveria gerar outras assinaturas digitais forjadas. No entanto, somente o TSE consegue gerar tais assinaturas e, em uma simples manipulação de qualquer dado, o programa contido nos cartões de memória implica na paralisação do funcionamento da urna.

Desse modo, o atacante não consegue efetivamente gerar um resultado fraudulento, alterar uma votação já realizada ou mesmo inserir qualquer programa que quebre o sigilo do voto, ou seja, o software não pode ser mais alterado depois da cerimônia pública de lacração dos sistemas.

Deve-se destacar, ainda, que qualquer manipulação também seria detectada pela simples conferência dos resumos digitais de cada arquivo, também gerados na mesma cerimônia pública de lacração. Tal método, por exemplo, é um dos empregados por peritos para assegurar se um dado foi ou não modificado em relação ao original.

Convém acrescentar que um boato antigo afirmava que um hacker desviou 12 milhões de votos da urna eletrônica durante as Eleições de 2018. A afirmação circulava na internet, sem a apresentação de qualquer prova.

Por mais que tentem descredibilizar as urnas eletrônicas no país, vale lembrar que o único órgão responsável pelo desenvolvimento de todo o software da urna é o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Infelizmente existem aqueles que defendem o uso das forças armadas para coagir o sistema eleitoral e lançar dúvidas sobre a legitimidade do voto eletrônico.

A COAR ressalta que ao receber uma mensagem duvidosa, desconfie e não forneça seus dados antes de ter certeza de que é verdadeira. Qualquer dúvida nos contate pelo contato ou nosso email coarnews@gmail.com ou mesmo pelo Instagram (@coarnoticias).

Fonte: TSE

Matéria escrita por Marta Alencar

Compartilhe:

Share on whatsapp
Share on twitter
Share on facebook
Share on email
Share on linkedin
Share on telegram
Share on google

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Language »
Fonte
Contraste