O que as plataformas estão fazendo para combater conteúdo antidemocrático?

Publicado originalmente em *Desinformante por Liz Nóbrega. Para acessar, clique aqui.

Após o segundo turno das eleições, as redes sociais foram abastecidas com conteúdos antidemocráticos e reivindicações que desembocaram em bloqueios de rodovias pelo país e instalações em frente a quartéis militares. Quase duas semanas após o fim do pleito, a narrativa continua, apesar da divulgação do relatório das Forças Armadas que indica a normalidade do processo eleitoral

Nas plataformas é possível encontrar inúmeros posts com hashtags antidemocráticas e de cunho golpista, como #sosforçasarmadas ou #intervençãomilitar, medida que vai contra a Constituição Federal. Um monitoramento realizado pela Novelo Data e Essa Tal Rede Social mostrou que nunca houve uma semana (31 de outubro a 6 de novembro) com tanto conteúdo golpista nas redes. O relatório mostra que uma semana após o fim das eleições, mais de 70 vídeos inegavelmente golpistas seguem no ar no YouTube, com mais de 20 milhões de visualizações. A punição de alguns canais, de acordo o levantamento, aconteceu via determinações legais.

Além das determinações da Justiça, as redes também afirmam tomar medidas para moderar conteúdos antidemocráticos. O *desinformante contatou as principais plataformas digitais para questionar o que vem sendo feito para conter a chamada sublevação contra a ordem democrática, algo que vem sendo alertado há meses pela sociedade civil organizada.

No dia seguinte ao segundo turno, o YouTube atualizou sua política de integridade eleitoral incluindo a proibição de alegar fraude nas eleições de 2022 a partir de informações falsas. Foi a terceira atualização da política no ano. A plataforma indica que, além da nova regra específica para o pleito recente, também pode utilizar diretrizes como a proibição da incitação à violência para remover o conteúdo, além de outras sanções como a redução de visibilidade ou desmonetização de determinado vídeo.

Já nessa semana, a Meta, detentora do Facebook e Instagram, aplicou uma nova interpretação de regras já existentes e passou a remover conteúdos que pediam a intervenção militar. Em nota ao *desinformante, o porta-voz da empresa confirmou a informação: “Temos acompanhado com atenção os acontecimentos no Brasil e as conversas sobre esses eventos nas nossas plataformas, e começamos a remover pedidos para uma intervenção militar no Brasil no Facebook e Instagram”.

As redes TikTok e Kwai, em nota, reforçaram seu compromisso na mesma direção, mas, na prática, não adotaram novas medidas para deter este tipo de conteúdo. “Proibimos e removemos informações falsas que possam ser danosas sobre processos cívicos, incitação a violência e outras violações de nossas Diretrizes da Comunidade”, destacou o TikTok por meio de sua assessoria, embora os manifestantes antidemocráticos usem e abusem da rede para suas convocações.

A plataforma indicou que as Diretrizes da Comunidade não permitem desinformação que possa trazer algum dano a processos cívicos, como eleições, ou conteúdo de incitação a violência. De acordo com a empresa, quando esse conteúdo é encontrado, ele é removido. O TikTok também solicita que os usuários reportem vídeos que acreditem violar as diretrizes da comunidade no aplicativo para a averiguação.

O Kwai, rede social de vídeos curtos, reforçou que as políticas para eleições seguem em andamento. A plataforma reiterou a parceria que possuem com os verificadores de fatos. “Restringimos as buscas na plataforma por termos como fraude, e desabilitamos os downloads e compartilhamento de vídeos que foram rotulados por nossa moderação como desinformativos para, assim, evitar a propagação de conteúdos que ferem o processo democrático”, informou em nota. 

Entramos em contato com o Twitter para verificar se havia alguma mudança de política, mas não obtivemos respostas até o momento.

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