Ivermectina teve sua eficácia comprovada contra a Covid-19?

Publicado originalmente em Nujoc Checagem por Giovanny Freitas. Para acessar, clique aqui.

Não há nenhum resultado conclusivo a respeito da eficácia da Ivermectina no combate à Covid-19

Do início da pandemia de Covid-19 até o mais recente e demorado processo de vacinação, muito se falou em medicamentos auxiliares para combater as infecções ocasionadas pelo vírus Sars-Cov-2. Dentre eles a Cloroquina e a Ivermectina ganharam destaque, sobretudo, no Brasil, devido a postura negacionista e ideológica adotada pelo Governo Federal e suas determinações orientadas pelo Presidente da República.

Essas medicações não apresentaram nenhuma eficácia no trato de pacientes que contraíram a doença, e ainda, aumentaram o risco de morte quando usados de forma profilática e até mesmo em casos leves e mais graves da doença, como é o caso da Hidroxicloroquina.

No caso da Ivermectina, o medicamento apresentou um bom resultado contra o vírus quando usado em ensaios in vitro, ou seja, apenas em laboratórios e em doses que dificilmente poderiam ser reproduzidas e administradas em seres humanos. Os resultados de ensaios pré-clínicos, artigos e publicações cientificas atestaram o óbvio sobre o medicamento que quando testado em humanos, os resultados mostraram-se ineficazes contra o novo coronavírus.

De acordo com a reportagem do portal AFP Checamos “A Sociedade Francesa de Farmacologia e Terapêutica (SFPT) explica claramente em seu site que “a concentração na qual a Ivermectina tem um efeito terapêutico contra o SARS-CoV-2 in vitro é 35 vezes superior à concentração máxima obtida após a administração da dose oral recomendada em humanos para o tratamento antiparasitário usual. O modelo utilizado neste estudo (células Vero) é irrelevante para analisar uma infecção por SARS-CoV-2, já que os mecanismos enzimáticos necessários para a ação do vírus em células humanas estão ausentes nelas”.

Recentemente, um estudo publicado pela Clinical Infectious Diseases  da Oxford University Press, apresentou dados em que a medicação antiparasitário não demonstra efetividade contra a Covid-19. Em comparação com tratamento padrão ou placebo, a Ivermectina não reduziu todas as causas de mortalidade, tempo de internação ou depuração viral em estudos controlados por placebo em pacientes com covid-19, principalmente com doença leve. A Ivermectina não é uma opção viável para tratar pacientes com covid-19.

Apesar de quase todos os estudos apontarem na mesma direção a respeito da inutilidade do tratamento contra o novo coronavírus com essas medicações, é salutar observarmos que mesmo na ciência não há consensos quando a pauta se refere a este dilema. O Dr.Pierre Kory, por exemplo, médico norte-americano que integra Front Line Covid-19 Critical Care Allience, segundo postagem no instagram, denunciou que a supressão do uso de Ivermectina pela Organização Mundial da Saúde para o tratamento de covid causou a perda de cerca de cerca de meio milhão de vidas.

Natália Pasternak, microbiologista, presidente do Instituto Questão de Ciência da Universidade de São Paulo, em depoimento durante a CPI da Covid-19, segundo a Agência Senado, pontuou em suas declarações que “se a gente fizer uma metanálise só com estudos fracos, a gente vai ter uma metanálise fraca, e daí vão poder dizer que algo funciona, quando na verdade o conjunto das evidências que foi contemplado naquelas metanálises é um conjunto de evidências fracas. Então precisamos ter metanálises bem feitas. O grupo Cochrane é um grupo que faz isso muito bem, reúne metanálises de qualidade, feitas classificando os melhores trabalhos que foram feitos com a melhor metodologia, e analisando o poder estatístico de todos os trabalhos. As metanálises, principalmente as do grupo Cochrane e alguns outros grupos, que são metanálises de qualidade, é que devem ser levadas em conta”.

Diante de todos os fatos apurados até o momento e que balizam as fundamentações seguras de ineficácia da Ivermectina, profissionais da saúde continuam a orientar e pautar as mesmas medidas de segurança estabelecidas desde o princípio da pandemia: Evitar aglomerações, lavar as mãos constantemente, usar máscara, evitar tocar a face com as mãos sujas, e principalmente, aguardar diligentemente sua vez na fila da vacinação.

Todos estes cuidados são necessários, uma vez que, contrair o vírus não é uma opção segura para quem deseja adquirir imunidade contra a Covid-19.

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