Publicado originalmente em *Desinformante por Liz Nóbrega. Para acessar, clique aqui.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos entrou, nesta terça-feira (24), com um processo contra o Google por abuso do seu domínio no mercado de anúncios digitais, gerando um esquema anticompetitivo. Além do departamento, outros estados aderiram à ação, como Nova York e Califórnia, com o intuito de “restaurar a concorrência na publicidade digital”.
De acordo com o órgão federal, o Google “corrompeu a concorrência legítima no setor de tecnologia de anúncios ao se envolver em uma campanha sistemática para assumir o controle da ampla gama de ferramentas de alta tecnologia usadas por editores, anunciantes e corretores para facilitar a publicidade digital”.
Além disso, a ação acusa a big tech de ter usado meios anticompetitivos, excludentes e ilegais para eliminar ou diminuir qualquer ameaça ao seu domínio sobre as tecnologias de publicidade digital. Os acusadores descrevem o “plano” do Google, indicando que a empresa buscou neutralizar ou eliminar seus concorrentes pela série de aquisições e assim exercer seu domínio, interrompendo sua capacidade de usar produtos concorrentes de maneira eficaz.
Em defesa do Google, o vice-presidente de anúncios globais da empresa, Dan Taylor, publicou um texto em que afirma que, com o processo, o departamento de justiça ignora a enorme concorrência na indústria de publicidade online. Taylor também cita as aquisições realizadas por empresas como a Microsoft e ressalta os crescimentos em publicidade da Amazon, Apple e TikTok.
“Ninguém é forçado a usar nossas tecnologias de publicidade – eles escolhem usá-las porque são eficazes. Na verdade, editores e anunciantes geralmente trabalham com várias tecnologias simultaneamente para alcançar clientes e ganhar mais dinheiro”, argumenta o Google.
Para a empresa, o processo reverteria anos de inovação, prejudicando o setor de publicidade em geral. “Casos antitruste não devem penalizar empresas que oferecem serviços populares e eficientes, principalmente em tempos econômicos difíceis”, coloca em nota.
Dentro das saídas possíveis mapeadas pelo *desinformante no combate à desinformação está a adoção de medidas anti-concentração, indicando que a atual concentração de mercado impede o surgimento de modelos de serviço e de negócio alternativos e mantém intacto o modelo de negócio que gerou o crescimento da desinformação na última década.