Entenda as diferenças entre sintomas da COVID-19 e reações pós-vacina

Publicado originalmente em Covid-19 DivulgAÇÃO Científica por Alessandra Ribeiro. Para acessar, clique aqui.

Desinformação sobre efeitos comuns da vacinação leva pessoas a acreditarem que estariam infectadas pela doença, o que é falso.

Uma discussão no Twitter mostra que muitas pessoas acreditam, de forma equivocada, que efeitos colaterais comuns após a aplicação da vacina contra a COVID-19 seriam sintomas da doença. Há quem questione a eficácia da vacina com base nessa falsa suposição.

O professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Flávio Guimarães da Fonseca, também presidente da Sociedade Brasileira de Virologia e um dos coordenadores do Centro de Tecnologia em Vacinas, cita algumas particularidades das duas situações que podem ajudar a diferenciar os sintomas. 

Sintomas da COVID-19

“A COVID-19 é uma infecção respiratória e se manifesta, inicialmente, como uma doença típica do trato respiratório. A pessoa começa a apresentar sintomas como coriza, dor de cabeça, dor de  garganta, o que pode vir acompanhado de febre. Ou seja, sintomas típicos de uma pessoa que está com gripe, resfriado”, compara.

Caso a doença se agrave, o paciente pode manifestar, ainda, dificuldade de respirar e sintomas de inflamação. “Hoje está muito claro, também, que a COVID desencadeia fenômenos inflamatórios. Pode haver acometimento cardíaco, renal, intestinal. Mas estes são sintomas mais relativos à COVID moderada e grave. A maior parte das pessoas vai apresentar um quadro respiratório, de infecção respiratória”, explica Fonseca.

Sintomas pós-vacinação

O professor da UFMG ressalta que possíveis efeitos adversos sentidos após a vacinação contra a COVID-19 são parecidos com aqueles já esperados para outras vacinas e que nem todas as pessoas vão senti-los. “Inicialmente, dor no local da injeção, pode incluir um pouco de dor no corpo, dor de cabeça e algumas das vacinas podem induzir a febre”, cita. 

Fonseca lembra que o quadro febril é mais comum após a aplicação das “vacinas vivas”, formuladas a partir de um vírus que funciona como vetor, ou seja, carrega a informação genética do coronavírus SARS-COV-2, para induzir a defesa do organismo – caso das vacinas Astrazeneca, Janssen e Sputinik. “Na verdade, acontece uma infecção pelo adenovírus, não pelo SARS-COV-2, que resulta em um processo que o corpo entende como infeccioso e responde dessa mesma maneira”, esclarece. 

Portanto, os efeitos adversos, caso aconteçam, estarão relacionados com mecanismos induzidos pela vacina, essenciais para que a resposta imunológica aconteça. É normal que o braço fique dolorido, porque o processo é desencadeado na própria região onde a vacina foi aplicada.

“Não temos, nos efeitos adversos induzidos pela vacina, sintomas respiratórios, coriza, nem dor de garganta.  A febre será baixa e os sintomas tendem a passar entre dois e três dias depois da aplicação da vacina”, afirma.

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