É falso que vazou vídeo do 8 de janeiro ‘apagado’ por Flávio Dino

Publicado originalmente em Agência Lupa por Evelyn Fagundes. Para acessar, clique aqui.

Circula nas redes sociais um vídeo gravado durante os atos golpistas do 8 de janeiro. Segundo a legenda, o registro teria vazado recentemente apesar de o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmar que apagou as cenas. É falso.

Por WhatsApp, leitores sugeriram que o conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa​:

Vídeo que Dino disse que tinha apagado, vaza na Internet

– Legenda que acompanha o vídeo que circula redes sociais

Falso

A gravação exibida no post desinformativo não foi apagada por Dino ou pela empresa que presta serviços de câmeras de monitoramento. A filmagem também não “vazou” na internet. As gravações feitas nos atos golpistas a partir do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto foram disponibilizadas na rede em abril pelo Gabinete de Segurança Institucional. Isso inclui o vídeo que circula atualmente nas redes sociais.

Em nota encaminhada à Lupa, o Ministério da Justiça e Segurança Pública negou ter havido qualquer solicitação de Dino para que vídeos do circuito interno fossem apagados. “O Ministério da Justiça e Segurança Pública informa que o ministro Flávio Dino jamais solicitou apagamento de imagens de câmeras internas de segurança. Em adição, informa que o vídeo em questão é uma filmagem do Palácio do Planalto”, destacou.

No conteúdo desinformativo nota-se, no canto esquerdo superior, o logo do site Poder360. A gravação original foi publicada no canal do veículo no YouTube em 1º de setembro. A partir desse conteúdo foi possível descobrir que a gravação está na pasta disponibilizada pelo GSI em 22 de abril. O arquivo mostra as imagens da câmera de segurança da sala PR do Palácio do Planalto entre às 15h33 e 16h30 de 8 de janeiro. A partir da marcação de 16h27m do vídeo aparecem os trechos usados no post desinformativo.

Quebra de sigilo das imagens 

As gravações feitas no Palácio do Planalto foram disponibilizadas pelo GSI após a quebra de sigilo determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no dia 21 de abril. Com a divulgação das imagens, Gonçalves Dias, que na época era ministro do GSI, pediu demissão do cargo. 

Em 30 de agosto, Flávio Dino afirmou que parte das imagens do circuito interno do Ministério da Justiça e Segurança Pública do dia 8 de janeiro já não existe mais, uma vez que a empresa que presta os serviços de gravação não armazena os arquivos por um grande período. Como a Lupa mostrou, o vídeo que circula nas redes sociais foi registrado pelas câmeras de segurança do Palácio do Planalto – ou seja, não há qualquer relação com as filmagens citadas pelo ministro. 

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