É falso que operação contra Carlos Bolsonaro foi autorizada após live de Bolsonaro

Publicado originalmente em Agência Lupa por Gabriela Soares. Para acessar, clique aqui.

Circulam na internet publicações sugerindo que a operação de busca e apreensão contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) teria sido solicitada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em represália à live realizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia anterior à operação da Polícia Federal. É falso. 

Por meio do ?projeto de verificação de notícias?, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa?:

“Após ser humilhado em live, nini [Lula] aciona seu capacho [Alexandre de Moraes]

Povo brasileiro manda recado para o PT ‘Apenas criminosos são presos como vc foi lulu’”

– Texto em vídeo que circula nas redes sociais

Falso

O pedido de busca e apreensão contra Carlos Bolsonaro foi autorizado um dia antes da live, em 27 de janeiro de 2024, como mostra a decisão assinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que é relator do caso. A ação também já tinha recebido um parecer favorável da Procuradoria Geral da República (PGR) em 25 de janeiro de 2024. A live ocorreu no dia 28.

No dia 29 de janeiro foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, sendo um em Angra dos Reis (RJ), cinco na cidade do Rio de Janeiro (RJ), um em Brasília (DF), um em Formosa (GO) e um último em Salvador (BA). Na mesma data, o STF tornou públicos a autorização de busca e apreensão e o parecer da PGR que, até então, estavam sob sigilo.

As buscas foram solicitadas pela Polícia Federal (PF) — e não pelo governo federal —, no âmbito da operação Vigilância Aproximada, que apura o possível uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para fazer espionagem ilegal entre 2019 e 2021. 

Além de Carlos Bolsonaro, as operações miraram sua assessora Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, o militar Giancarlo Gomes Rodrigues e a assessora do ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem, Priscilla Pereira e Silva. De acordo com a PF, Carlos fez pedidos a Ramagem, por meio de suas assessoras, para “obtenção de informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas”.

A PF aponta que o grupo integra o chamado “núcleo político” de uma organização criminosa que teria sido criada na Abin para espionar ilegalmente pessoas e autoridades públicas. Além da utilização de estrutura paralela na agência para produzir “informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal”.

No dia 25 de janeiro, Ramagem já havia sido alvo de uma operação de busca e apreensão da PF. Na data, foram cumpridos outros 20 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares, como a suspensão de sete policiais federais.

Conteúdos semelhantes foram verificados pelo Aos Fatos e UOL Confere

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