Descoberto antídoto que elimina o magnetismo causado pelas vacinas da Covid-19?

Publicado originalmente em Nujoc Checagem por Edison Mineiro. Para acessar, clique aqui.

Circula nas redes sociais uma matéria do site Reversão Humana que fala da descoberta de suposta cura pela médica Judy Malkovits em relação às inúmeras enfermidades desencadeadas pelas vacinas contra a Covid-19. Os imunizantes causariam desde hematomas, enxaquecas até um reação de magnetismo no corpo. De acordo com a notícia em verificação, o antídoto estaria na droga Suramina, utilizada no tratamento da doença do sono africana e oncocercose.

A informação transmitida é falsa, podendo ser classificada como teoria da conspiração.

Com informações do Instituto Butantan, as vacinas contra a Covid-19, possuem apenas componentes necessários para gerar resposta imune e manter a qualidade do produto. A vacina do Butantan em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac não apresenta componentes magnéticos em sua formulação. O hidróxido de alumínio, componente adjuvante, é seguro, aprovado e utilizado há décadas, além de não causar problemas de saúde.

Segundo o diretor de ensaios clínicos do Instituto Butantan, Ricardo Palacios, materiais paramagnéticos como o alumínio fazem parte da composição do corpo humano e só podem ser influenciados magneticamente por forças muito potentes, como as usadas nos aparelhos de ressonância magnética nuclear.

“Em situações cotidianas, as pessoas não se expõem a essas grandes forças magnéticas. A quantidade de alumínio existente na composição do corpo humano e a exposição diária por ingestão é muito maior que a administrada na vacina, que não é capaz de alterar significativamente a proporção de alumínio de uma pessoa”, explica Palacios.

Em nota enviada por e-mail à Agência Lupa, a Anvisa diz ainda que não há nenhum medicamento registrado no órgão chamado suramina, nem existem pedidos de registro de medicamentos específicos para tratar eventos decorrentes das vacinas para Covid-19. “Tal alegação não faz sentido, pois a abordagem diante de um evento adverso precisa levar em consideração o caso específico de cada evento”, reitera trecho da nota.

Segundo a professora do Departamento de Farmacologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Ana Paula Herrmann, não existe nenhum dado científico que corrobore com a sugestão do uso da suramina como inibidor dos efeitos colaterais dos imunizantes. “Os efeitos mais comuns da aplicação das vacinas são relacionados à resposta inflamatória, e poderiam ser minimizados com o uso de um anti-inflamatório não esteroidal comum – como ibuprofeno, naproxeno, diclofenaco, entre outros”, diz a professora à Agência Lupa.

pesquisadora Judy Mikovits é conhecida por reproduzir discursos conspiratórios sobre a pandemia e por divulgar informações erradas sobre o novo coronavírus. Ela teve seu trabalho desacreditado em 2011, depois que a revista científica Science publicou uma retratação de um estudo de Mikovits a respeito da síndrome de fadiga crônica. Em 2009, quando o estudo havia sido publicado, os resultados começaram a ser questionados por pesquisadores. Posteriormente foi comprovado que a tese de que um vírus derivado de ratos, chamado XMRV, era a causa da síndrome de fadiga crônica não tinha fundamento. Pesquisadores mostraram que o vírus tinha sido criado acidentalmente em laboratório. 

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