Publicado originalmente em Coar Notícias por Marta Alencar. Para acessar, clique aqui.
Écomum encontrarmos uma desinformação antiga circulando novamente na internet e às vezes com acréscimos de narrativas para aparentar ser uma “notícia atualizada”. O texto desinformativo em questão que circula em forma de notícia (característica peculiar das fake news) informa falsamente que a ivermectina seria 90% eficaz como profilaxia, 80% eficiente como tratamento precoce e 50% para tratamento tardio da doença. O medicamento é um anti-parasitário usado contra vermes e outros parasitas. Também é usado por veterinários, para combate de pulgas e carrapatos em animais de estimação.
Em agosto de 2020, uma desinformação semelhante também identificava a jornalista Elisa Robson como fonte. O conteúdo semelhante ao checado pela COAR distorcia as informações de que Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador de medicamentos nos Estados Unidos, e notificava que o mesmo havia autorizado o uso de hidroxicloroquina para todos os pacientes com Covid-19.
É falso também que o CEO da farmacêutica suíça Novartis, Vasant Narasimhan, declarou que tem em mãos o resultado de pesquisas que comprovam a eficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina em matar o novo coronavírus. Isso foi checado em 2020 pela COAR.
Em fevereiro deste ano, a farmacêutica americana Merck, empresa que desenvolveu a ivermectina nos anos 1980 e até hoje é a principal fabricante, afirmou que não existem evidências sobre a eficácia do medicamento contra a covid-19.
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) também não recomenda tratamento precoce para Covid-19 com qualquer medicamento (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal, dióxido de cloro), porque os estudos existentes até o momento não mostraram benefício e, além disso, alguns destes medicamentos podem causar efeitos colaterais.
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