COAMOS: Chapecó é exemplo no combate à Covid-19?

Publicado originalmente em Coar Notícias por Kryssyno Oliveira. Para acessar, clique aqui.

ACOAR recebeu o link de uma entrevista onde do prefeito de Chapecó (SC), João Rodrigues (PSD), fala dos trabalhos executados durante o aumento de casos do novo Coronavírus (Covid-19) registrado no final de janeiro a março deste ano. A postagem é direcionada para a página no Facebook do deputado federal Carlos Jordy (PSL).

Entrevista do prefeito de Chapecó (SC), João Rodrigues (PSD), na Jovem Pan News. Reprodução/Facebook.

O vídeo acima é verdadeiro. A entrevista ocorreu no programa “Os Pingos nos Is” da rádio e TV na internet Jovem Pan News.

A cidade de Chapecó virou notícia nacional após ser apresentada como ‘cidade de exemplo a ser seguida’.

Como já foi destacado várias vezes aqui na COAR, o chamado tratamento precoce não tem comprovação científica. No entanto, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e outras pessoas continuam afirmando que a ação é eficaz contra a Covid-19.

Segundo João Rodrigues, o tratamento precoce deu certo em Chapecó. Porém, a queda de casos, na verdade, ocorreu por conta dos 14 dias de lockdown, com a ampliação de leitos, testagem rápida e isolamento das pessoas. O tratamento precoce é discutido pelo prefeito desde que assumiu o cargo no começo deste ano, durante a primeira reunião oficial de sua gestão. João Rodrigues, destacou que a medida não era obrigatória, mas tinha que estar disponível e não ficaria ninguém entubado na UTI por falta de tratamento precoce.

Além disso, é importante destacar que os casos da doença em Chapecó não foram zerados e sim reduzidos. A referência de que a cidade zerou os casos é com relação aos dados do Centro Avançado de Atendimento Covid-19 (CAAC), montado no Centro de Eventos de Chapecó, que teve as duas enfermarias e a Unidade de Terapia Semi-Intensiva (UTSI) desativadas após as altas e transferências de pacientes para outras unidades.

A medida de isolamento na cidade já foi suspensa e os leitos temporários foram desativados, porém, seguem montados como prevenção caso haja uma nova onda de infecções.

Amento de casos

No dia primeiro de janeiro deste ano, Chapecó tinha 14.569 casos, 123 óbitos e 69 internações. Durante o período em que a cidade se encaminhava para um novo pico, o poder público começava a flexibilizar as medidas de restrições do funcionamento de alguns setores econômicos. 

Nesse período, em 25 de janeiro, durante uma reunião do comitê do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, um médico sugeriu mais capacitação dos profissionais e o uso de tratamento precoce quando as pessoas apresentarem sintomas da Covid-19 para diminuir o impacto da doença e salvar vidas. Na data, a cidade tinha 16.148 casos, 136 óbitos e 54 internações.

A maior quantidade de internações foi no dia 10 de fevereiro, com 105 internações, 145 óbitos e 18.051 casos. Os aumentos, depois desse dia só continuaram, que foi quando o prefeito passou a adotar medidas de restrição.

Do dia em que o lockdown foi anunciado, em 12 de fevereiro, Chapecó tinha 18.510 casos, 147 óbitos e 129 internações. A cidade chegou até o final da medida de restrição, anunciada no dia 04 de março, com 314 internações, 321 óbitos e 27.364 casos.

No dia 05 de março, a cidade registrou 351 internações, 326 óbitos e 27.629 casos. No dia seguinte, as internações seguiram em queda, mas os casos e óbitos continuaram a aumentar. (Clique aqui para conferir todos os boletins epidemiológicos).

Boletim epidemiológico de casos da Covid-19 em Chapecó do dia 10/04. Foto: reprodução/prefeitura de Chapecó

Medicamentos e tratamento precoce

Em nota, a Associação Médica Brasileira (AMB), afirma que o uso de medicamentos como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, não possuem eficácia científica no tratamento – tratamento precoce – ou prevenção da Covid-19, seja na fase inicial ou avançada. 

As medidas preventivas de acordo com diversas entidades de saúde são: uso de máscaras, higienização frequente das mãos, distanciamento social e a proteção de olhos e mucosas, como pontua o Conselho Federal de Medicina (CFM).

As duas entidades afirmam ainda que a vacinação em massa de todos os brasileiros é a medida mais eficaz no combate à Covid-19. Até o momento, de acordo com a ferramenta de monitoramento de vacinação do Governo Federal, o Vacinômetro, cerca de 26.483.297 doses foram aplicadas.

A COAR ressalta que ao receber uma mensagem duvidosa, desconfie e não forneça seus dados antes de ter certeza de que é verdadeira. Qualquer dúvida nos contate pelo nosso WhatsApp (86) 99517-9773 ou pelo Instagram (@coarnoticias).

Referências da COAR

Os Pingos nos Is

Jovem Pan News

Prefeitura de Chapecó

TV Agência Brasil

G1/SC

Associação Médica Brasileira (AMB)

Conselho Federal de Medicina (CFM)

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