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Por Marta Alencar
O atual presidente, Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar o sistema eleitoral e o Supremo Tribunal Federal (STF) durante programa digital, Flow Podcast, exibido nesta segunda-feira (8). Entre as mentiras tecidas por Bolsonaro foram:
1- Urnas não são transparentes, são constantemente alvo de hackers e contagem de votos não é pública
Três mentiras em sequência, que foram profanadas por Bolsonaro durante a entrevista. A COAR já checou algumas mentiras profanadas por Bolsonaro e por sua militância de que as urnas são frágeis diante de ataques de hackers.
Não há uma só fraude comprovada sobre as Eleições 2018 ou sobre qualquer outra eleição em mais de 25 anos de uso da urna eletrônica. Essa constatação foi feita não apenas por auditorias realizadas pelo TSE ou por partidos políticos.
Conforme informações coletadas diretamente com o TSE, via email, o órgão destaca:
Para que fosse possível uma fraude, além de manipular o dado, o eventual atacante deveria gerar outras assinaturas digitais forjadas. No entanto, somente o TSE consegue gerar tais assinaturas e, em uma simples manipulação de qualquer dado, o programa contido nos cartões de memória implica na paralisação do funcionamento da urna.
Desse modo, o atacante não consegue efetivamente gerar um resultado fraudulento, alterar uma votação já realizada ou mesmo inserir qualquer programa que quebre o sigilo do voto, ou seja, o software não pode ser mais alterado depois da cerimônia pública de lacração dos sistemas.
Bolsonaro voltou a lançar suspeitas sobre a contagem de votos ao criticar a existência de uma sala-cofre para a totalização —a soma dos votos de todas as urnas.
“Tem que ser público. Se é numa sala-cofre, não é público, 20 poucos servidores apuram lá dentro”. – Jair Bolsonaro
No entanto, a COAR apurou que o resultado definitivo de cada urna sai impresso e é tornado público após a votação, e ele pode ser facilmente confrontado, por qualquer eleitor, com os dados divulgados pelo TSE na internet, após a conclusão da totalização. Os partidos e outras entidades fiscalizadoras também podem solicitar todos os arquivos das urnas eletrônicas e do banco de dados da totalização para verificação posterior.
Há, durante todo o processo, diversos mecanismos de auditoria e verificação dos resultados que podem ser acompanhados pelos partidos políticos, pelo Ministério Público, pela Ordem dos Advogados do Brasil e por mais de uma dezena de entidades fiscalizadoras, além do próprio eleitor.
2 – “Eu dou o inquérito da PF para quem quiser, apesar do Supremo dizer que é confidencial não é confidencial, Barroso e Fachin estão mentindo”
No dia 4 de agosto de 2021, Bolsonaro divulgou, em uma entrevista à Rádio Jovem Pan e em plataformas e redes sociais, documentos sobre uma suposta invasão a sistemas e bancos de dados do TSE.
À época, o TSE esclareceu que o “ataque hacker” a que Bolsonaro se referia, o acesso aos sistemas do tribunal, não representou risco à integridade das eleições de 2018, já que, segundo o TSE, o código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes que fazem com que seja possível identificar qualquer alteração ou manipulação conforme apontado em reportagem da CNN.
O presidente afirma que o documento não tinha classificação sigilosa, o que, no entanto, é desmentido pela conclusão da própria Corregedoria da Polícia Federal.
Referências da COAR:
CNN
TSE
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