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Mercado de trabalho limitado exige que alunos e formandos busquem possibilidades
Por: Sergio Almeida
É comum que dúvidas relacionadas ao mercado de trabalho apareçam antes, durante e/ou após a graduação, afinal, existem muitas possibilidades dentro do campo jornalístico. O salário, a carga horária e a modalidade de contrato costumam ser os fatores de maior relevância da vertente que se segue na profissão.
Funções, nesse contexto, muito almejadas pelos estudantes, como repórter e apresentador, estão dando lugar a uma nova área em forte tendência: a comunicação organizacional. Segundo o Raio-X do mercado de jornalismo no Brasil edição 2022, um levantamento realizado pelo Portal Comunique-se, 62,8% dos profissionais que estão em busca de oportunidades consideram algo no âmbito.
Caracterizado por abranger diversos serviços, como assessoria de imprensa, relações públicas, jornalismo empresarial e marketing, ele representa um leque amplo de atuação, tanto para estudantes, quanto para jornalistas já formados.
Relatos de profissionais
Riba Muniz é jornalista, assessor de comunicação e empreendedor na cidade de Timbiras (MA). Formado em 2019 pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), ele conta como foi seu percurso durante a graduação.
“Minha formação me entregou um leque de habilidades. Claro, habilidades que tive que desenvolver. Durante o curso, segmentei pelo rádio e locução publicitária. Duas paixões. Logo após a formação, saí do rádio e fui para a TV e assessoria de comunicação”, afirma.
A empresária Valentina Tereskova, também formada em jornalismo pela UFPI, relata que antes mesmo de iniciar sua formação já trabalhava na área.
“Sempre gostei e me imaginei atuando na comunicação por conta das inúmeras possibilidades da área. Então, após algumas experiências práticas, antes mesmo da universidade, fui convidada para trabalhar na comunicação de um sindicato. Desde então, estagiei, fiz freela, me formei, e ainda continuei trabalhando nesse local. Já faz oito anos que atuo na comunicação organizacional desta entidade”, ressalta.
Entenda melhor
A comunicação organizacional é o termo usado para caracterizar o trabalho de planejamento, execução e gerenciamento de processos comunicativos dentro de uma empresa/organização privada ou pública.
Dentre os objetivos dessa prática, facilitar fluxos informativos entre os âmbitos interno e externo, gerenciar crises, divulgar ações, promover a imagem da corporação e construir um relacionamento com a imprensa e com os públicos de interesse são os principais.
No contexto do mercado de trabalho atual, existem muitas oportunidades, principalmente para as funções de assessoria e gerenciamento de redes sociais (social media). Além disso, é possível também empreender ao criar um negócio próprio.
Fundador de uma empresa que presta serviços de assessoria e marketing, Riba Muniz percebeu na cidade interiorana de seu pai a oportunidade para a oferta de serviços no âmbito da comunicação organizacional.
“Percebi na cidade dos meus pais, no interior do Maranhão, que quando se trata de comunicação, as pessoas travam e isso é um grande problema para quem tem que vender. As pessoas tem um bom produto, tem ótimas ideias e não sabem externar isso. Inclusive, o slogan da nossa empresa é esse: ‘comunicação? A gente faz por você’, complementa.
Valentina, uma das criadoras de uma agência de comunicação digital, comenta como nasceu o desejo de empreender.
“Foi algo que me despertou durante o curso e devido às relações de trabalho que eu possuía. Já trabalhava como freela durante boa parte da graduação e planejava montar uma empresa logo após a formatura. No entanto, antes mesmo de finalizar o curso, me convidaram para fazer parte de uma ideia. Essa ideia virou um projeto e, depois, uma agência digital de comunicação integrada. Atualmente, temos pessoas trabalhando de formato remoto no Piauí, Rio de Janeiro e em Portugal”, destaca.
Dificuldades a se enfrentar
Apesar da oferta maior de oportunidades profissionais na área, nem sempre elas são devidamente regulamentadas e remuneradas. O produtor e assessor de imprensa, Victor Santos, pontua que a área representa uma boa alternativa para profissionais, mas é preciso melhorias.
“É a [área] que tem mais abertura no mercado local, muitas vezes pode ser uma boa saída para quem se forma e precisa se sustentar. Apesar de que também é necessário fazer um recorte das condições trabalhistas, porque nem toda empresa quer pagar o justo”, finaliza.