Preso da Papuda que morreu de meningite não participou dos atos de 8 de janeiro

Publicado originalmente em Agência Lupa por Gabriela Soares. Para acessar, clique aqui.

Em vídeo que circula nas redes sociais, uma mulher sugere que o homem que morreu de meningite e cumpria pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, teria sido preso por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. É falso.

Por meio do ?projeto de verificação de notícias?, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa?:

“Mais uma morte pra conta de quem? […] Um menino de 27 anos passou mal na Papuda, morreu. […] Gente, esse pessoal não mata ninguém. Eles estão fazendo isso para calar qualquer pessoa que queira fazer qualquer tipo de manifestação política. […] Morreu na Papuda de meningite. E aí? É mais uma morte. Quer dizer, aí você pergunta, quais as condições que essa galera está”

– Fala em vídeo que circula nas redes sociais

Falso

O homem citado na publicação é Lucas Domingos Batista. Ele, de fato, faleceu enquanto cumpria pena na Penitenciária do Distrito Federal II, no Complexo da Papuda, em decorrência de uma meningite. Contudo, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape), ele estava preso desde novembro de 2021 — e, portanto, não poderia ter participado da depredação em 8 de janeiro de 2023.

Supremo Tribunal Federal (STF) também desmentiu a história e esclareceu que Batista não era um dos presos por participação nos atos golpistas. A Corte ainda alertou para a importância de não repassar informações publicadas “em locais não confiáveis e com dados alarmistas ou teorias conspiratórias”. 

Em nota encaminhada à Lupa, a Seape informou que Batista tinha 29 anos e teve óbito declarado em 14 de dezembro de 2023. O órgão não informou as razões de sua detenção.

Vale citar que, na peça desinformativa, a mulher mostra uma reportagem do site Metrópoles, de 19 de janeiro de 2024, que relata o caso. Entretanto, o texto não faz nenhuma menção aos atos de 8 de janeiro.

Segundo o STF, atualmente são cerca de 70 pessoas que permanecem presas por envolvimento com os atos. A maioria está respondendo ao processo em liberdade, disse a Corte.

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