Publicado originalmente em Agência Lupa por Evelyn Fagundes. Para acessar, clique aqui.
Circula nas redes sociais a imagem de um caminhão descarregando terra em um dos canais da transposição do rio São Francisco. Segundo a legenda do post, o sistema de abastecimento foi “soterrado” no dia 6 de outubro deste ano, impedindo a circulação de água. É falso.
Por WhatsApp, leitores sugeriram que o conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa?:
p/06/10/23
CADÊ A JUSTIÇA
LAMENTÁVEL
A indústria da seca está em plena produção: estão soterrando o canal para transposição do Rio São Francisco e todos sabem que as comportas foram fechadas desde Janeiro. Início dos trabalhos do ladrão e traidor da pátria.
– Trechos das legendas que acompanham a imagem que circula redes sociais
Falso
A foto é antiga. O registro foi publicado originalmente em 2017, quando ocorreu um rompimento em um dos canais do Eixo Leste do Programa de Integração do Rio São Francisco (PISF). O Ministério do Desenvolvimento Regional afirmou, em nota encaminhada à Lupa, que não existem obras desse tipo em andamento. “A imagem é antiga e já foi veiculada anteriormente. Não retrata nenhuma obra ou manutenção no PISF, e a transposição não está sendo soterrada”, diz o texto.
Por meio de ferramentas de busca reversa, a Lupa encontrou a imagem original em um post publicado em 11 de junho de 2017 no site do jornalista Rubens Nóbrega. Um dos canais da transposição, localizado em Custódia, Pernambuco, rompeu-se no dia 10 de junho daquele ano. Com isso, foi interrompido o fluxo de água para Campina Grande, na Paraíba.
Fotografia mostra rompimento de um dos canais da transposição. Créditos: Site Rubens Nóbrega
O portal Catingueira Online, da Paraíba, também publicou a mesma foto na época. De acordo com os veículos, a imagem retrata o momento em que trabalhadores passaram a resolver o problema.
À esq. fotografia compartilhada nas redes atualmente; à dir. recorte da imagem publicada em 2017
No dia 14 de junho de 2017, o Ministério Público divulgou uma nota sobre o problema ocorrido em um trecho da transposição e afirmou que estaria acompanhando os desdobramentos do acidente. O mesmo trecho voltou a apresentar problemas de estrutura em 2019.