Vídeo do SP1, da Globo, foi manipulado para criticar vacina da Covid-19

Publicado originalmente em Agência Lupa por Gabriela Soares. Para acessar, clique aqui.

Circula nas redes sociais um vídeo em que o jornalista César Tralli, então apresentador do telejornal SP1, fala que duas pessoas morreram na cidade de São Paulo após tomarem a vacina. A legenda do post diz se tratar do imunizante bivalente da Covid-19 e menciona que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já alertava sobre os riscos. É falso. 

Por meio do ?projeto de verificação de notícias?, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa?:

“*Sobre a vacina “bivalente.” O QUE SERÁ QUE ACONTECEU QUE A GLOBO ESTÁ FALANDO A VERDADE? PELO MENOS UMA VEZ ESTÃO ASSUMINDO O PERIGO DAS VACINAS”

– Trecho de texto em legenda de vídeo que circula nas rede sociais

Falso

O vídeo é antigo e foi manipulado para parecer que Tralli alertava contra a vacina da Covid-19. A reportagem foi transmitida originalmente em 19 de janeiro de 2018, cerca de um ano antes de Bolsonaro tomar posse como presidente. Em sua fala, o jornalista refere-se à vacina de febre amarela, que, naquele ano, teria causado a morte de duas pessoas na cidade de São Paulo. Ou seja, o vídeo original não trata de nenhum imunizante contra a Covid-19.

Tralli informou ainda que as autoridades suspeitavam que as vítimas estariam com a imunidade baixa. Em março daquele ano, pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) descartaram que uma dessas pessoas tenha morrido por conta de uma reação à vacina. Ela havia contraído a doença dias antes de ser imunizada e veio a óbito antes que a proteção tivesse tido tempo de fazer efeito. Outros casos estavam sendo investigados.

A vacina contra a febre amarela raramente está associada a eventos graves. As reações mais comuns incluem dor de cabeça e no corpo, afetando de 1% a 10% dos pacientes. Eventos muito raros incluem reações de hipersensibilidade, reações anafiláticas, doença neurológica e doença viscerotrópica — complicação grave causada vacina da febre amarela, com alta letalidade (página 2) —, com maior recorrência em pacientes com mais de 60 anos. 

Já as vacinas contra a Covid-19 são seguras e evitam casos graves da doença, o que resultou em uma redução do número de mortes desde que começaram a ser aplicadas no país. Todos os imunizantes foram amplamente testados e há uma chance muito baixa de ocorrerem reações adversas

Durante seu mandato na Presidência, Bolsonaro fez diversas alegações falsas contrárias às vacinas contra Covid-19, como ligá-las ao desenvolvimento de aids

Nota: Este conteúdo foi produzido pela Lupa com apoio do Instituto Todos pela Saúde (ITpS)

Este conteúdo também foi verificado pelo Estadão Verifica.

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