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Membro do Perfil-i aborda contribuição do pensamento sobre Regimes de Informação para o estudo da desinformação, em evento internacional
Entre os dias 7 e 11 de outubro, o Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Alagoas (PPGCI/Ufal) realizou o VI Seminário Internacional de Informação, Tecnologia e Inovação (Siti), em Maceió (AL), com pesquisadores de diferentes países, como Brasil, Espanha, Argentina, México e Peru. O evento contou a apresentação do trabalho Perspectivas em Ciência da Informação: a contribuição do pensamento sobre Regimes de Informação para o estudo da desordem informacional, de autoria de Myllena Diniz, integrante do Grupo de Pesquisa Perspectivas Filosóficas em Ciência da Informação (Perfil-i).
De caráter ensaístico, o estudo parte da compreensão da informação como elemento emancipatório, conscientizador, disseminador e mediador. Segundo a autora, jornalista e doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia em cooperação com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGCI Ibict/UFRJ), o objetivo é jogar luz sobre a importância do conceito de Regime de Informação para o entendimento da dinâmica por trás da desordem informacional.
“Este trabalho tem uma olhar para a informação como fenômeno social coletivo, que jamais será neutro ou objetivo, e que se desenvolve dentro de regimes monopolistas e hegemônicos. Dentro dessa lógica, ela se manifesta a partir das interações entre diferentes atores, práticas e ferramentas, que se dão dentro de um modo de produção dominante, responsável por definir sujeitos, instituições, autoridades e padrões de produção e disseminação do conteúdo informacional”, destaca Myllena Diniz.
Ao revisitar os principais referenciais teóricos que discorrem sobre Regimes de Informação, com destaque para Frohmann, Braman, González de Gómez e Bezerra, a pesquisadora ressalta como o conjunto de normas, práticas, políticas e estruturas influencia na produção, na organização, na disseminação e no próprio uso da informação.
“Pensar os regimes de informação nos permite analisar, com mais profundidade, o modus operandi de geração, compartilhamento, controle e utilização das informações na sociedade, sobretudo no contexto neoliberal e capitalista, no qual estamos inseridos. É necessário que tenhamos uma atenção permanente para o conjunto de padrões e para as estruturas de poder que governam o modo como a informação é produzida e disseminada, para que possamos construir alternativas mais democráticas para os fluxos informacionais. E isso também implica identificar e questionar quem se beneficia dos arranjos existentes na informação, o que inclui, ainda, a propagação da desinformação, com informações falsas ou retiradas de contexto, que são validadas como pseudo-certezas e apresentam impactos severos à democracia”, salienta.