Publicado originalmente em Nujoc Checagem por Giovanny Freitas. Para acessar, clique aqui.
Eficácia de vacinas ainda estão sendo testadas contra a nova variante da Covid-19, Ômicron. Vacinar-se é fundamental neste momento
A redução de internações, óbitos e sobretudo, a diminuição de casos positivos do novo coronavírus, demonstram de maneira prática como o processo de vacinação contra a Covid-19 mostra-se como a arma mais eficaz contra a pandemia. Tendo em vista, a quantidade de imunizantes disponíveis atualmente, e a baixa quantidade de efeitos colaterais, as vacinas são a melhor estratégia para vencer a crise sanitária ocasionada pelo vírus.
Uma nova preocupação, no entanto, tem surpreendido a comunidade científica pela sua especificidade e potencial para criar uma nova onda de infecções no mundo inteiro, a variante Ômicrom. Esta variante do Novo Coronavírus descoberta na África do Sul apresenta 50 mutações. Cerca de 30 estão localizadas na chamada proteína spike, aquela que permite a entrada do vírus nas células humanas e é um dos principais alvos das vacinas contra a covid-19.
Situações como estas, reforçam a importância de cumprir as medidas de distanciamento social e principalmente de continuar o processo de vacinação com duas ou mais doses para garantir que o organismo humano crie defesas contra as infecções do vírus. Altas taxas de transmissão viral propiciam o surgimento de novas variantes do SARS-CoV-2, como as conhecidas variantes do Reino Unido (B.1.1.7 – alpha), Africa do Sul (B.1.351 – Beta), Brasil (B.1.1.28.1, também conhecida como P.1 – Gamma) e Índia (B.1.617.2 – Delta).
As principais preocupações decorrentes do surgimento das novas variantes são seus efeitos na transmissibilidade viral, gravidade da doença, taxas de reinfecção (ou seja, escape da imunidade natural) e eficácia da vacina (escape da imunidade induzida pela vacina). Mutações acontecem aleatoriamente durante a replicação viral, assim toda vez que o vírus é impedido de se espalhar, ele também é impedido de sofrer mutação, evitando novas variantes antes mesmo de terem a chance de se desenvolver. Por isso, a importância de se manter o quadro vacinal alto e em dias.
Diante de muitas questões ainda não respondidas, há ainda a batalha travada contra a desinformação e o acesso a conteúdo sem fundamentos científicos, muitas vezes motivada por divergências ideológicas e políticas, que por fim, acabam custando a vida de muitas pessoas devido a falsidade das informações. Um exemplo disto, é a imagem abaixo:
“Quanto mais eficaz uma vacina for, menos importa ao vacinado se o outro se vacinou”. Essa informação é FALSA!
Apesar de imprecisa e inconsistente, afirmações como estas podem levar ao descrédito todo esforço científico em promover a vacinação em escala global contra as novas variantes do novo coronavírus. Sem contar que ainda existe a possibilidade de reinfecção, de retransmissão do vírus (pois assintomáticos também transmitem a Covid-19), hospitalizações por casos graves da doença, e ainda, óbitos. As vacinas atualmente disponíveis não impedem totalmente que uma pessoa contraia o vírus. O que se espera é que esses sintomas sejam mais brandos. Desta forma, uma pessoa pode contrair e transmitir o vírus mesmo que seja vacinado. Mesma que a eficácia de um imunizante seja alta, muitos fatores contribuem para uma reinfecção pelas novas variantes que vimos surgir. Agora imagine para quem não tomou e nem irá tomar nenhuma dose das vacinas confiando apenas na imunidade de terceiros achando que desta forma não será acometido pelo vírus e tampouco por suas infecções. Até o momento, demonstrou-se que as vacinas aprovadas, sejam elas aprovadas pela OMS ou por uma agência reguladora nacional rigorosa, oferecem excelente proteção (em termos de doença grave e hospitalização) contra a variante Delta e outras variantes de preocupação, mas nada se pode afirmar no que diz respeito a variante Ômicrom.
Em reportagem ao portal G1, de acordo com Mariângela Simão, vice-diretora geral de medicamentos da OMS, algumas evidências preliminares sugerem que a ômicron pode facilitar a reinfecção.
“Um grupo da OMS se reuniu com especialistas da África do Sul e dessa reunião veio uma indicação de um potencial aumento de risco de reinfecção. A delta está circulando no mundo inteiro e é responsável pela imensa maioria dos caso de pessoas não vacinadas. Com o vírus circulando, ele desenvolve outras mutações, que leva a outras variantes. É extremamente importante que se tome a vacina. As vacinas protegem contra casos graves e mortes. A indústria farmacêutica já está trabalhando com as mutações e, se tiver necessidade de fazer ajuste, ele será feito”, explica a vice-diretora geral da OMS”.