Vacina contra a COVID-19 não provoca “danos reprodutivos”

Publicado originalmente em Covid-19 DivulgAÇÃO Científica por Alessandra Ribeiro. Para acessar, clique aqui.

Tecnologia usada na vacina (RNA mensageiro) não interfere na herança genética, nem no sistema reprodutor das pessoas, ao contrário do que sugere vídeo postado nas redes sociais

Em um vídeo publicado no Twitter, mais uma vez, o virologista norte-americano Robert Malone, que se apresenta como um dos inventores da tecnologia que usa o RNA mensageiro nas vacinas, questiona a segurança de imunizantes que usam esta abordagem (a exemplo da vacina da Pfizer). Um dos argumentos levantados por ele é que a vacinação poderia causar “danos reprodutivos que podem afetar as gerações futuras”.

A médica Maria do Carmo Borges de Souza, presidente da Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (RedLara) e docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), descarta a possibilidade de que a vacina provoque distúrbios capazes de afetar o sistema reprodutor feminino ou masculino, ou a herança genética das pessoas. 

“A tecnologia do RNA mensageiro não muda a genética da pessoa vacinada. Coloca-se uma identificação que vai atuar sobre o gene do vírus, impedindo que ele cause um dano ao sistema imunológico do indivíduo”, explica.

A docente da UFRJ esclarece ainda que Malone participou de algumas pesquisas iniciais relacionadas às vacinas de RNA, na década de 1980, mas, desde então, as pesquisas evoluíram muito até chegar à atual geração de vacinas e os receios do virologista norte-americano já não se aplicam ao cenário atual.

Vacinação e gravidez

A professora da UFRJ lembra que existem vacinas cuja aplicação não é recomendada durante a gestação, a exemplo da vacina contra a rubéola, que usa a tecnologia do vírus vivo atenuado. Neste caso, mesmo as mulheres que ainda planejam engravidar são orientadas a esperar ao menos um mês após a vacinação antes de começar as tentativas.

Já no caso da vacina contra a COVID-19, a recomendação é que as gestantes sejam imunizadas durante a gravidez. Elas são, inclusive, um grupo de risco para o desenvolvimento de complicações, se contraírem a doença. 

“Mesmo para a paciente que está tentando engravidar, atualmente a orientação é: vacine-se, sim; tome a segunda e a terceira doses. É muito melhor estar vacinada do que correr o risco de ter o problema de uma virose, de uma alteração por COVID, que pode ser mortal”, alerta a médica.

Compartilhe:

Share on whatsapp
Share on twitter
Share on facebook
Share on email
Share on linkedin
Share on telegram
Share on google

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Language »
Fonte
Contraste