Supremo Tribunal Federal reúne Universidades e Instituições da sociedade civil para lançamento do programa “STF na Escola”

RNCD Brasil e parceiros estiveram presentes

Com o intuito de aproximar o Supremo Tribunal Federal da comunidade escolar, realizou-se no dia 27 de fevereiro o lançamento do projeto “STF na Escola”. O evento, que ocorreu em Brasília (DF), foi conduzido pela Presidenta do Supremo Tribunal Federal, a ministra Rosa Weber e contou com a presença da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD Brasil), demais parceiros que compõem a iniciativa, professores e gestores de Instituições de Ensino Superior. O projeto também corresponde a outra frente do STF, o Programa de Combate à Desinformação (PCD). Mais informações sobre o programa podem ser acessadas aqui.

Ministra do STF, Rosa Weber| Foto: Cristiane Parente (Iandé Comunicação)

Na abertura do evento, a ministra Rosa Weber relembrou os fatídicos acontecimentos do dia 8 de janeiro com os ataques à democracia brasileira. Para ela, o programa “STF na Escola” é essencial para que crianças e jovens conheçam a Suprema Corte do país e compreendam as funções que ela exerce e sua importância para a democracia.

Vale ponderar que o “STF na Escola” nasce como uma importante ferramenta de divulgação do Supremo Tribunal Federal que necessita se fazer presente no dia a dia do brasileiro e a educação é o meio ideal, tendo em vista que pesquisa realizada pela Quaest em junho de 2022 revelou que 70% dos brasileiros não sabem o que significa a sigla STF (Supremo Tribunal Federal) e que 22% nunca ouviu falar na Corte. A pesquisa  revela ainda que os  entrevistados das regiões Norte e Sudeste são os que mais desconhecem o significado da sigla, com 74% cada. As demais regiões também indicam que a maioria não sabe o que é STF: Nordeste (71%), Sul (60%) e Centro-Oeste (58%). Ainda no que concerne ao STF, 78% não confiam ou confiam pouco na Corte, isto apesar de não conhecerem sequer a sigla instituição, enquanto apenas 16% dizem confiar muito. Entre os que pouco ou nada confiam no Supremo, 24% disseram considerar os juízes injustos; 27% não sabem o porquê da baixa confiança ou não responderam a um motivo. Vale ressaltar que cerca de 55% revelaram não estar informados sobre as decisões do STF.

De volta ao evento de segunda-feira (27), a Ministra acrescentou ainda em sua fala, agradecimentos aos 56 parceiros do Programa de Combate à Desinformação, sendo 22 Universidades presentes. Em 2022, 18 ações e projetos foram implementados, dos quais sete foram da RNCD e seus parceiros envolvidos no convênio com o STF para o referido programa e realizados pelo Instituto Devir Educom, Palavra Aberta/Educamídia, Lupa Educação, Instituto Iandé, ABPEducom, Projeto Vaza Falsiane e a própria rede.

“Precisamos permanecer vigilantes contra arroubos antidemocráticos amplificados pela desinformação”, frisou a Presidenta do STF. “Agora, mais do que nunca, faz-se necessário a união das instituições, fortes e compromissadas por um Brasil melhor para as próximas gerações. Por isso, é inestimável o apoio das universidades e das instituições em mais este projeto”.

A Profa. Dra. Cristiane Parente, Coordenadora da Iandé Comunicação, foi uma das representantes da RNCD Brasil presente na reunião. Ela conta que o projeto tem a importância de democratizar o conhecimento acerca do papel dessa instituição, que é guardiã da democracia e do estado de direito, expressos na nossa constituição, especialmente em um momento em que vimos direitos fundamentais em risco e o quanto são prejudiciais para a sociedade, tanto a desinformação quanto o discurso de ódio.

“A Iandé Comunicação e Educação foi uma das representantes da RNCD no evento e é um dos parceiros do STF no combate à desinformação com ações de Alfabetização Midiática Informacional e Educomunicação em universidades, escolas, redes sociais e instituições em geral, tendo como base os direitos humanos e de crianças e adolescentes”, enfatizou a professora Cristiane Parente.

Parceira da RNCD, a Profa. Dra. Janine Bargas foi representando o Núcleo de Pesquisa em Comunicação e Política da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (NUCOMP/UNIFESSPA) e também a Assessoria de Comunicação da UNIFESSPA. Ela relata que o encontro foi oportuno pela troca de experiências e apresentação dos projetos de combate à desinformação promovidos ao longo de 2022 até o momento. 

“Eu pude apresentar um de nossos projetos que compõe o PCD do STF, que foi a operação eleições 2022, ele foi desenvolvido ao lado dos estudantes do Curso de Comunicação da UNIFESSPA, localizado no município de Rondon do Pará. Naquele momento foram realizadas oficinas de letramento midiático, jornalismo de dados e checagem de fatos. As oficinas também tiveram o apoio de vários parceiros, como OAB Pará, TRE Pará, Secretaria de Estado de Educação do Pará”, afirmou a professora Janine Bargas.

A pesquisadora ainda destaca a exposição de outro trabalho, o jogo “Real ou Fake”. “É um jogo de educação midiática, desenvolvido para ser utilizado nas escolas de ensino básico para alunos desde o 6º ano ao ensino médio. É por meio dele, que os estudantes, na dinâmica de perguntas e respostas, podem compreender como funciona a identificação de informações falsas. Nesse sentido, o jogo teve uma grande repercussão na reunião com o STF”, enfatizou. 

O Instituto Palavra Aberta também foi outro parceiro da RNCD Brasil presente na reunião com o STF. A presidente do Instituto, Patrícia Blanco, comenta que na reunião estavam presentes mais de 250 pessoas e recorda o entusiasmo que a ministra Rosa Weber recebeu os convidados após o processo de reconstrução do prédio e recuperação do acervo físico do STF.

“Nós temos contribuído ao Programa do STF com planos de aula a partir de uma trilha voltada para alunos do Ensino Médio. A trilha chama-se ‘Fake tô fora: quem vota se informa’, produzida no ano passado com um capítulo dedicado a falar das instituições brasileiras, entre elas o Supremo Tribunal Federal”, pontuou. 

Patrícia Blanco espera que o material seja incorporado nas escolas de ensino básico. “A democracia tem que ser incorporada no cotidiano dos alunos, para que eles entendam o funcionamento dos três poderes, principalmente do judiciário, fazendo do STF como guardião da constituição”, salientou.

Apresentação do programa “STF na Escola”| Foto: Cristiane Parente (Iandé Comunicação)

O programa “STF na Escola” prevê a realização de palestras apresentadas por voluntários do Tribunal nas instituições de ensino, concursos de redação, distribuição de cartilhas curtas e didáticas e visitas de estudantes ao Supremo. Ainda durante a reunião, também foi apresentado o site do programa “STF com Você”, onde estudantes e a sociedade em geral poderão encontrar informações didáticas sobre o funcionamento da Corte e dados de julgamentos importantes que afetaram a vida dos brasileiros.

Programa de Combate à Desinformação do STF

Criado em agosto de 2021 pelo então Presidente Luiz Fux, o programa teve como parceiros iniciais o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), universidades públicas, entidades de classe, associações da sociedade civil organizada e startups. A cerimônia de apresentação foi na Sala de Sessões da Primeira Turma, com a participação dos ministros Fux e Edson Fachin, à época Presidente do TSE, ocasião na qual ambos assinaram termo de cooperação para ações em conjunto em prol da democracia. Os demais ministros também foram convidados. 

O lançamento do programa ocorreu em maio de 2022. Na ocasião, a Coordenadora da RNCD Brasil, Ana Regina Rêgo, participou da mesa de lançamento do PCD do STF: “Papel das agências de checagem e da sociedade civil para combate a notícias falsas”, ao lado de  Patrícia Blanco do Instituto Palavra Aberta, Ivan Paganotti do Vaza Falsiane e Heloisa Massaro do Internet Lab, além disso, Edgar Rebouças e outros parceiros da rede participaram de outras mesas durante o evento.

Segundo o Prof. Dr. Ivan Paganotti, o curso on-line Vaza Falsiane também conta como desenvolvedores os pesquisadores Leonardo Sakamoto e Rodrigo Ratier. O curso de educação midiática é acessível e gratuito a todos. “Tanto o Vaza Falsiane, quanto o meu grupo de pesquisa da Universidade Metodista de São Paulo, atendido por CHECAR (Checagem, Educação, Comunicação, Algoritmos e Regulação) fazem parte da Rede Nacional de Combate à Desinformação e do Programa de Combate à Desinformação do STF”, explicou.

O professor Ivan Paganotti ainda acrescenta que desde iniciada a parceria já foram realizadas duas oficinas presenciais no STF. “Nós fizemos um treinamento para os funcionários do Supremo, sobretudo aos profissionais da equipe de comunicação. A ideia era falar das estratégias de identificação e combate à desinformação, como se posicionar nas redes sociais, comunicação institucional e não violenta”, disse. As oficinas foram realizadas no período de agosto e outubro de 2022. 

*Foto da capa: Supremo Tribunal Federal

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