Sociedade Brasileira de Infectologia reforça que não há tratamento precoce para covid-19

Publicado originalmente em Nujoc Checagem por Thaís Guimarães. Para acessar, clique aqui.

Nujoc Checagem recebeu, por meio do aplicativo Eu Fiscalizo, um vídeo da médica Raissa Soares, de Porto Seguro (BA), defendendo o tratamento precoce para covid-19. A especialista afirma que medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina impedem a inflamação no corpo causada pelo novo coronavírus.

“Na covid-19 nós defendemos sempre o tratamento precoce, ou seja, quanto mais rápido eu começo medicações que vão combater o vírus de crescer, mais rápido a gente abafa toda a inflamação que a covid causa no corpo”, declarou.

Médica Raissa Soares

Raissa Soares recomenda o uso de Azitromicina, Ivermectina, Hidroxicloroquina, Zinco e Vitamina D. “A proposta do tratamento precoce, que é um movimento nacional que acontece no Brasil inteiro, é exatamente essa, eu vou usar precocemente as medicações em todas as fases que a doença tem”, diz a médica no vídeo.

Tal informação, como já vem sido mostrado pelo Nujoc Checagem, é falsa, uma vez que nenhum órgão de saúde recomenda o tratamento precoce, pela ausência de evidências científicas.

O último pronunciamento ao qual tivemos acesso foi do presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Clóvis Arns da Cunha, no dia 15 de março, em audiência no Senado Federal.

Clóvis Arns da Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)

Clóvis Arns, enfatizou que não há comprovação da eficácia do tratamento precoce, e citou os mais recentes pareceres de órgãos de saúde norte-americanos e britânicos.

“O INH [National Institutes of Health] é justamente a entidade dos Estados Unidos que orienta os americanos e eles bem colocam na sua última versão deste ano que o tratamento precoce infelizmente não existe e o tratamento preventivo por enquanto também não. O mesmo vale em relação ao NHS, do Reino Unido, que mostrou a mesma coisa e eles também são os responsáveis por orientar a população britânica sobre o que fazer e o que não fazer”, frisou.

No dia 19 de janeiro a Sociedade Brasileira de Infectologia, em conjunto com a Associação Médica Brasileira, já havia emitido um parecer contrário ao uso de qualquer medicamento no tratamento da covid-19.

“Até o momento não há comprovação científica a respeito de tratamento precoce para COVID-19. Baseado nisso, a Associação Médica Brasileira e a Sociedade Brasileira de Infectologia publicaram um informativo não recomendando esse tipo de tratamento, já que existem iniciativas que ainda orientam isso e não há resultados clínicos bem-sucedidos em quem se submete a esses tratamentos”, diz a nota.

Isso revela que o uso de qualquer medicamento em tratamento precoce para covid-19 não é recomendado pelas autoridades de saúde, portanto, não são seguros.

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