Seis em dez estudantes de graduação da UFPel apresentaram ansiedade durante pandemia de Covid-19

Publicado originalmente em Agência Bori. Para acessar, clique aqui.

A pandemia de Covid-19 teve impactos alarmantes sobre a saúde mental de universitários, aponta pesquisa conduzida na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) entre julho e agosto de 2020. Na época, mais da metade dos participantes apresentaram sintomas de ansiedade e quatro a cada dez, de depressão. A prevalência foi ainda maior entre estudantes de graduação, correspondendo a 49,1% para depressão e 60,5% para ansiedade. As conclusões são de pesquisadores da UFPel e da Universidade do Rio Grande (FURG), em estudo publicado na segunda-feira (15) na revista científica “Anais da Academia Brasileira de Ciências”.

O estudo avaliou mais de 2,8 mil membros da comunidade acadêmica da UFPel — a maioria (58%) de estudantes de graduação — que responderam a um questionário online entre julho e agosto de 2020. As perguntas se dedicaram a avaliar sintomas de depressão e transtorno de ansiedade generalizada, histórico de saúde mental e possíveis efeitos do distanciamento social neste cenário.

Estudantes de graduação e aqueles com histórico de psicopatologias se mostraram especialmente vulneráveis. Além disso, o isolamento social foi avaliado como fator de risco, indicando a importância de ações concomitantes voltadas à saúde mental. “Apesar de seus conhecidos benefícios para a saúde pública, ele requer uma vigilância sobre a saúde mental da população, especialmente estudantes e pessoas com diagnóstico prévio de doença mental”, explicam os pesquisadores Helena Schuch e Flávio Demarco, co-autores do estudo.

Para os autores do estudo, os resultados são alarmantes, mas não surpreendentes. A saúde mental de universitários já era alvo de preocupações antes da pandemia, e as conclusões ressaltam a necessidade de acompanhar e desenvolver políticas de apoio à comunidade acadêmica.

“Neste momento em que já temos medidas preventivas conhecidas contra o vírus SARS-CoV-2 e que a pandemia de Covid-19 já não é mais considerada uma emergência global, é importante que, enquanto sociedade, nos mantenhamos vigilantes aos potenciais impactos da pandemia na saúde mental”, concluem Schuch e Demarco.

DOI: https://doi.org/10.1590/0001-3765202320220100

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