São falsas afirmações de médica sobre vacina da Covid-19 causar câncer e mortes súbitas em crianças

Publicado originalmente em Agência Lupa por Ítalo Rômany. Para acessar, clique aqui.

Vídeo que circula nas redes sociais mostra trecho de uma fala da médica Raissa Soares, ex-candidata ao Senado na Bahia pelo PL, com críticas às vacinas da Covid-19 para crianças. No registro, ela afirma que o imunizante pode causar câncer e morte súbita e que a vacina não é eficaz para salvar vidas. As informações são falsas.

Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação?:

E o que eu digo sempre, tem pai que quer vacinar os seus filhos, então cabe a mim, como médica, dizer que tem riscos de miocardite, pericardite, de doença autoimune, de câncer, de morte súbita

– Trecho de vídeo que circula no WhatsApp

Falso

De acordo com o Ministério da Saúde, foram administradas até 16 de novembro deste ano mais de 35,3 milhões de doses de vacinas em crianças de 6 meses a 11 anos no Brasil. Não há registro de mortes causadas pela vacinação pediátrica contra Covid-19 no país, diz a pasta. 

O MS explica que, até o momento, houve a notificação de 0,04 eventos adversos a cada 100 doses administradas. Do total de casos notificados, a maioria (67%) foi provocada por erros de imunização relacionados, principalmente, à administração de vacina inadequada para a idade. A maioria das adversidades não eram graves, incluindo reações locais (dor no local da injeção) ou sistêmicas (febre baixa, mal estar geral) com boa evolução. “Em relação às intercorrências graves, a maioria não esteve associado diretamente às vacinas da Covid-19, tornando sua frequência ainda mais rara na população”. 

Em relação a casos de miocardite/pericardite ocorridos após a administração da vacina de RNA mensageiro, até dezembro de 2022, foi observada uma incidência de 0,07 casos notificados em cada 100 mil doses aplicadas, entre os quais não houve nenhum óbito de criança com associação por causa da vacina.

Além disso, o Ministério da Saúde afirma que, quem não toma a vacina e contrai Covid-19, tem muito mais chances de desenvolver miocardite em comparação a alguém que já recebeu a imunização. “Diante deste cenário, e considerando o elevado risco de morbimortalidade pediátrica por Covid-19, conclui-se que o benefício das vacinas supera, e muito, o risco da não vacinação”.

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) também esclarece, em seu site, que casos de miocardite e pericardite têm sido relatados muito raramente em vários países após a vacinação com as vacinas de mRNA, entre elas a da Pfizer. “Não foram observados acontecimentos adversos graves relacionados com a vacinação nos estudos”, reforça.

O Ministério da Saúde esclarece ainda que as vacinas não causam câncer. “Nenhum imunizante aprovado pela Anvisa e ofertado à população contém substâncias tóxicas que causam câncer, eles não provocam mutações em células e não geram tumores cancerígenos”.

Boatos semelhantes que relacionam as vacinas a casos de câncer e ao aumento de casos de miocardite em crianças já foram desmentidos pela Lupa

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