Publicado originalmente em Ocorre Diário. Para acessar, clique aqui.
Projeto no litoral piauiense trabalha as memórias e histórias locais. Esta é a primeira de uma série de produções que vamos publicar aqui no OcorreDiário. Se liga nesse corre, vai ter poesia e prosa!
“Aperfeiçoar a comunicação, perder a timidez conversando com as pessoas que fazem a cultura da Ilha Grande do Piauí, escrever bem sobre nosso lugar foi o que nos motivou a participar do Projeto Culturando nos Morros da Mariana”. Assim explicaram os jovens integrantes do projeto que tem por objetivo a valorização da cultura da Ilha Grande do Piauí, através do seu olhar e habilidade em contar histórias.
O projeto, que previu encontros de formação em comunicação comunitária e jornalismo cultural, promoveu encontros presenciais e virtuais desde novembro de 2020. Contemplado pela Lei de Incentivo à Cultura da Secretaria de Estado do Piauí (SECULT-PI), edição de 2020, e com o patrocínio da Equatorial Energia, o projeto foi uma iniciativa da comunicadora social Lígia Apel e de Celiane Damasceno Silva, jovem filha de pescadora artesanal e estudante de turismo da Universidade Federal do Delta do Parnaíba. Seus anseios em conhecer as manifestações culturais sob o olhar dos jovens da Ilha, motivou-as a realizar o projeto, que recebeu o apoio da SIEC, Secretaria de Estado de Cultura do Piauí, patrocínio da Equatorial Energia e a parceria da Colônia de Pescadores Z-7.
Compreendendo cultura como os diversos saberes, conhecimentos, expressões e realizações das pessoas que vivem em um mesmo lugar, os jovens trocaram seus conhecimentos sobre as diferentes manifestações culturais que participam ou que souberam da existência pelos pais, avós, tios ou amigos de mais idade.
Começando pela história do nome que originou o município – Morros da Mariana, os encontros foram marcados pela contação de histórias, identificação dos frutos da região e da vegetação da Ilha, e descrição dos grupos de artesãos, de danças, músicas e folguedos
Com essas trocas, reconheceram que a identidade cultural da Ilha Grande é tão grande quanto ela, e muito diversa também. As Pastorinhas, as rendeiras, grupo de quadrilha Coração Junino, o Boi Riso do Delta, a Fanfarra do município, os sabores e cores do Caju, a história da Colônia de Pescadores Z-7, as parteiras que trouxeram tantas vidas à Ilha, caranguejeiros, mezinheiras, marisqueiras, curandeiros, a importância das dunas e, também, a dura realidade trazida pela pandemia, foram os temas selecionados. Sobre eles escreveram e estão, agora, divulgando e mostrando aos ilhagrandenses a sua grandeza histórica, cultural e territorial.
Texto: Ligia Apel