Publicado originalmente em PERFIL-I IBICT. Para acessar, clique aqui.
Especialistas abordaram os desafios da ciência no combate à desinformação, em evento que antecede a reunião da Cúpula de Líderes do G20
Nesta quinta-feira (14), o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) promoveu a mesa-redonda “Ciência: o caminho para combater a desinformação e seus custos negativos para a vida“, durante a programação do G20 Social – evento inédito que antecede a reunião da Cúpula dos Chefes de Estado do G20, dá voz à sociedade civil e abre diálogo entre atores não-governamentais. O debate reuniu especialistas do Ibict, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Grupo de Pesquisa Perspectivas Filosóficas em Informação (Perfil-i), em um bate-papo aberto ao público, no Espaço Kobra, situado no Pier Mauá, no Centro do Rio de Janeiro.
A mesa-redonda, coordenada por Arthur Bezerra, pesquisador titular do Ibict e vice-presidente do International Center for Information Ethics (ICIE), teve como objetivo promover uma reflexão interdisciplinar acerca de estratégias para o combate à desinformação, bem como seus reflexos negativos na comunidade científica e medidas para assegurar a integridade da informação – principalmente, diante das dinâmicas de comunicação estabelecidas pelas plataformas e redes sociais digitais. Para o bate-papo, foram convidados os pesquisadores Marco Schneider, titular do Ibict, presidente do ICIE e líder do Perfil-i; Ana Regina Rêgo, professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e coordenadora da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD); Luana Bonone, coordenadora de Popularização da Ciência e Tecnologia do MCTI; e Nina da Hora, fundadora do Instituto da Hora – organização sem fins lucrativos destinada à descentralização do conhecimento científico, à potencialização da narrativa antirracista na tecnologia e à emancipação dos direitos digitais no Brasil.
Ciência no combate à desinformação
De acordo com Bezerra, a atividade proposta pelo Ibict no G20 aposta na potência de debates conduzidos por especialistas para proporcionar esclarecimentos sociais, guiar pesquisas e direcionar políticas públicas. “Este momento mostra como o Ibict está empenhado na luta contra a desinformação, especialmente a científica”, ressaltou o pesquisador.
Para Schneider, essa preocupação ganha contornos ainda mais relevantes diante dos desafios contemporâneos. “A prática científica é uma prática de combate à desinformação, já que ela produz um esclarecimento mais objetivo, realista e profundo sobre como as coisas são. Agora, o que nós temos que combater é a desinformação anti-ciência, porque isso mina a confiança das pessoas no trabalho científico”, alerta o presidente do ICIE e líder do Perfil-i.
Em consonância com os dois pesquisadores, Luana Bonone destacou os trabalhos do MCTI, a partir de duas perspectivas de combate à desinformação, no âmbito da popularização da ciência. “Uma delas é no aspecto de prevenção, como uma vacina contra a desinformação, que tem a ver com propósitos relativos à letramento digital, educação midiática e políticas que vão nesse sentido da formação crítica, do acesso à cidadania. A outra é inescapável, é o da regulação, um debate que ocorre no mundo inteiro sobre a importância da regulação, não só das redes sociais, mas do conjunto de plataformas na internet”, enfatizou.
G20 Social
O G20 Social é um fórum inédito, com o objetivo de ampliar a participação de atores não-governamentais nas atividades e nos processos decisórios do G20, que, durante a presidência simbólica do Brasil, possui o lema ˜Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável˜. A iniciativa garante espaço para as diferentes vozes, lutas e reivindicações das populações e dos agentes não-governamentais dos países que compõem as maiores economias do mundo.
Desse modo, o G20 Social pretende que as colaborações da sociedade civil sejam analisadas e, dentro de um consenso, incorporadas à Declaração de Líderes. Para isso, conta com 13 grupos de engajamento: C20 (sociedade civil); T20 (think tanks); Y20 (juventude); W20 (mulheres); L20 (trabalho); U20 (cidades); B20 (business); S20 (ciências); Startup20 (startups); P20 (parlamentos); SAI20 (tribunais de contas); J20 (cortes supremas); e O20 (oceanos).