PESQUISA REVELA DESCONFIANÇA DAS PESSOAS NAS INSTITUIÇÕES E APOIO AO COMBATE À DESINFORMAÇÃO

Artigo de Ana Regina Rêgo. Também disponível em Portal Acesse Piauí e Jornal O Dia.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Quaest de Belo Horizonte (http://www.quaest.com.br/)  e contratada pelo Instituto Justiça e Cidadania https://www.institutojc.com.br/)  do Rio de Janeiro e intitulada “Supremo Tribunal Federal e a democracia no Brasil” entrevistou 1.717 pessoas com 18 anos ou mais, de forma presencial, entre os dias 11 e 15 de junho de 2022.  

Os resultados revelam que cerca de 70% da população não sabe o que significa a sigla STF (Supremo Tribunal Federal) e que 22% nunca ouviu falar na Corte. A pesquisa, que tem margem de erro de 2,4 pontos percentuais para mais ou para menos,  revela ainda que os  entrevistados das regiões Norte e Sudeste são os que mais desconhecem o significado da sigla, com 74% cada. As demais regiões também indicam que a maioria não sabe o que é STF: Nordeste (71%), Sul (60%) e Centro-Oeste (58%).

Ainda no que concerne ao STF, 78% não confiam ou confiam pouco na Corte, isto apesar de não conhecerem sequer a sigla instituição, enquanto apenas 16% dizem confiar muito. Entre os que pouco ou nada confiam no Supremo, 24% disseram considerar os juízes injustos; 27% não sabem o porquê da baixa confiança ou não responderam a um motivo. Vale ressaltar que cerca de 55% revelaram não estar informados sobre as decisões do STF.

Por outro lado, e no que se refere ao combate à desinformação, 85% dos entrevistados são favoráveis ao bloqueio de contas robôs e determinação de punição para o mercado da desinformação, por parte do STF, instituição em que não confiam. Sendo que 68% consideram importante ações da Justiça para fortalecer a democracia e reduzir o mercado da desinformação no Brasil, enquanto que 24% considera que ações das instituições do Judiciário fere a liberdade de expressão.

O Projeto de Lei 2630/20, conhecido como PL das fake News é apoiado por 63% dos entrevistados e não apoiado por 15%, o que revela outra postura incoerente dos cidadãos tendo em vista que o projeto foi construído e tramita no Congresso Nacional, instituição em que mais de 90% não confia. 

Sobre o fluxo desinformativo, 77% dos entrevistados afirmaram receber mensagens com desinformação, enquanto 37% recebem várias vezes ao dia, sendo o Facebook a rede principal para a recepção de fake News, seguido do WhatsApp, ambos da Meta. 

Perguntados sobre a importância da vacinação, os entrevistados em sua maioria aprovam a obrigatoriedade, sendo que a vacinação infantil tem aprovação de 71% dos brasileiros. 

Outras instituições também foram relacionadas na pesquisa que tinha como intuito identificar  o grau de confiança dos brasileiros em relação às instituições democráticas e que convivem em nosso contexto social. 

A Igreja Católica tem a confiança de 43% dos entrevistados, enquanto 34% confiam pouco e 21% não confia.  Já as forças armadas têm a confiança de 40%, mas 39% confiam pouco e 19% não confia. Igrejas evangélicas tem a confiança de 36%, todavia outros 36% confiam pouco e 25% não confia de forma alguma. Já  a Polícia Militar é alvo da desconfiança de 67% tendo em vista que 47% confia pouco e 20% não confia. Os que confiam muito na Polícia somam cerca de 32%.

Dentre as instituições componentes do Judiciário, o Tribunal Superior Eleitoral-TSE sofre desconfiança de 74% (42% confiam pouco e 32% não confia), já 22% confia plenamente.  O Ministério Público em todas as suas instâncias tem a confiança de 22% dos brasileiros, já 73% apontam alguma desconfiança (50% confia pouco e 23% não confia). Já o Supremo Tribunal Federal – STF, como dito antes, tem a desconfiança de 78% dos entrevistados (sendo que 45% confiam pouco e 33% não confia) enquanto que somente 16% confia plenamente nesta Corte. 

Por outro lado, a Presidência da República exercida atualmente por Jair Bolsonaro também tem a desconfiança de 78% dos brasileiros, sendo que 30% confiam pouco e 48% não confia, e somente 21% confia plenamente.

O Congresso Nacional, por sua vez, está bem à frente dentre as instituições descredibilizadas, detendo a desconfiança de 93% dos brasileiros, sendo que 44% confiam pouco e 49% não confiam de forma alguma. Os partidos políticos seguem a mesma tendência e não possuem credibilidade frente à população brasileira. 96% desconfiam dos partidos, sendo que 61% não confia de forma alguma e 35% confiam pouco, sendo que somente 3% confia plenamente nas agremiações políticas.

Com informações de https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2022/07/31/pesquisa-quaest-stf.htm

Para conhecer o Programa de Combate à desinformação do STF acesse https://portal.stf.jus.br/desinformacao/ 

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