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Para as pessoas que pertencem à população LGBTQIA+ a palavra orgulho é sinônimo de outra palavra: vida.
Até descobrirmos, coletivamente, o poder que o orgulho tem na transformação social e no combate às opressões geradas pelo preconceito, vivíamos debaixo de um manto de vergonha por sermos quem somos e amarmos como amamos.
Regras sociais, crenças e leis que foram feitas para proteger, defender e privilegiar pessoas iguais entre si não consideram, nem mesmo protegem ou defendem pessoas diversas entre si.
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E é justamente a diversidade a característica principal da comunidade LGBTQIA+. Somos diversas pessoas, diversas formas de existir, diversos corpos, expressões e afetos. Portanto, essa é uma conta de que nunca fechou.
Nessa falta de compreensão estrutural sobre nós, o constrangimento se fortaleceu e ficou petrificado. Nossa existência e nossos sentimentos são submetidos à vergonha e ao constrangimento o tempo todo, ainda hoje.
O orgulho é a ferramenta de luta social mais eficiente para combater essa opressão.
Por vezes ela é sutil, mas por muitas vezes ela mata, como matou pelo menos 316 pessoas em 2021. É nessa medida que o orgulho promove a vida. Combatemos a morte com a celebração da nossa humanidade plural, colorida, diversa!
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É colocando o bloco na rua, ano após ano, que nos mostramos fortes e potentes em união e organização coletiva.
É nas paradas do orgulho que acontecem em todo o Brasil que nos fazemos alegres para os olhos de quem tem medo de nós, e assim, lutamos por respeito, por dignidade, por segurança das nossas vidas.
Aqui no Distrito Federal, temos a Parada do Orgulho LGBTQIA+ que acontece desde 1998. É a terceira mais tradicional do país. Todos os anos esse é o espaço de festa, de luta e de conquistas mais simbólico para a população diversa do DF, que reúne no mínimo 114 mil pessoas, segundo levantamento mais recente da Codeplan, de 2022.
E diante de instrumentos sociais que tantas vezes insistem em nos manter no armário, é razoável concluir que esse número oficial deve ser maior. No Brasil todo, pessoas adultas que se autodeclaram lésbicas, gays e bissexuais somam quase 3 milhões de pessoas.
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Orgulho é vida e memória. Nossa caminhada não começou hoje. Ela vem de ancestrais que nos lançam para construir uma sociedade que assegure nossas vidas!
De Xica Manicongo a Márcia Pantera. De Jorge Lafond a Linn da Quebrada. De você e de mim a quem ainda virá, e terá amanhã a proteção, a dignidade e o direito de viver e sonhar que hoje tentam, em vão, nos negar. Nunca conseguiram, e jamais conseguirão impedir nossa força de fazer o mundo!
Com orgulho, com fé no futuro e nas eleições de outubro, com amor, com muita luta e união, eu sei que Venceremos!
*Ruth Venceremos é Drag Queen e ativista.
**Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.
***Leia mais textos como este na coluna de Ruth Venceremos, do Brasil de Fato DF.
Edição: Flávia Quirino