OMS voltou atrás em relação ao isolamento social?

Publicado originalmente em Nujoc Checagem por Thaís Guimarães. Para acessar, clique aqui.

Nossa equipe recebeu, por meio do aplicativo Eu Fiscalizo, a sugestão de checagem de uma notícia veiculada no site Diário de Notícias, que tem como título: “OMS pede à Europa para não utilizar confinamentos”. A matéria apresenta declarações dadas pelo emissário da Organização Mundial da Saúde (OMS), David Nabarro, a um site americano, onde ele diz que a OMS não defende o isolamento social como principal meio de prevenção e controle do novo coronavírus.

O Nujoc Checagem teve acesso ao vídeo da entrevista concedida pelo diretor da OMS ao site americano The Spectator, e concluiu que, de fato, Nabarro fez tais declarações, todavia, não descartou a necessidade de isolamento em casos específicos, isso quer dizer que a OMS não voltou atrás em suas recomendações.

“Nós, da Organização Mundial [da Saúde], não defendemos bloqueios como o meio principal de controle desse vírus”, disse o especialista.

Além disso, como de fato informou o Diário de Notícias, Nabarro afirmou que “os confinamentos têm apenas uma consequência que nunca deve ser subestimada: tornar os pobres muito mais pobres”.

“É certo que deve haver interação entre os médicos de saúde pública e o governo, no final, o governo tem que assumir a responsabilidade por equilibrar o que pode ser visto como uma troca entre a saúde e a economia”, destacou o representante da OMS.

Apesar de tais declarações, o representante da OMS não descarta a eficácia do isolamento social, mas sim defende uma espécie de “caminho do meio”, que possa garantir a segurança da população.

“O caminho do meio é realmente tentar ter certeza de que colocaremos em vigor defesas robustas contra este vírus para que, se começar a se acumular em qualquer lugar, podermos detectá-lo rapidamente e suprimir os surtos rapidamente. O que realmente precisamos é de duas coisas, uma é um muito bem organizado serviço de controle de doenças infecciosas, […] a espinha dorsal para controlar esse tipo de coisa é sempre testar o rastreamento de contato e o isolamento”, colocou.

David Nabarro defendeu ainda que as medidas preventivas devem ser determinadas a nível local, de modo que seja condizente com a realidade de determinado lugar. “A segunda parte envolve os atores locais tanto quanto possível, porque tentar lidar com pequenos picos de doença é melhor feito localmente, não é melhor feito de algum centro centro de controle”, avaliou.

Diante do exposto, constatamos que de fato o representante da OMS deu estas declarações, contudo, as afirmações de David Nabarro em nenhum momento anulam ou contradizem as orientações divulgadas pela OMS desde o início da pandemia, uma vez que ele não nega a eficácia ou necessidade de isolamento social, mas apenas diz que tal medida não é o único ou principal meio de combater a disseminação do vírus, e assim evoca a necessidade de se pensar métodos que contemplem a realidade de cada local.

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