Olimpíadas da IA? Como o Comitê Olímpico vai usar a tecnologia para proteger atletas

Publicado originalmente em *Desinformante por Liz Nóbrega. Para acessar, clique aqui.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) estima que serão publicados meio bilhão de conteúdos nas redes sociais sobre as Olimpíadas que começam hoje (26) em Paris. O volume de publicações traz também desafios, que o COI busca contornar com o auxílio da inteligência artificial.

Essas Olimpíadas contarão com um sistema de inteligência artificial que vai monitorar milhares de contas em todas as principais plataformas de mídia social e em mais de 35 idiomas em tempo real. O Comitê diz que qualquer ameaça que for  identificada será sinalizada, para que as mensagens abusivas possam ser tratadas de forma eficaz pelas plataformas. Espera-se que essa análise possa ser feita, em muitos casos, antes mesmo que o atleta tenha a chance de ver o abuso.

“Há tantas oportunidades fantásticas para o engajamento dos atletas, mas infelizmente a violência online é inevitável, especialmente quando os atletas dependem das redes sociais para se destacarem. Este é um desafio crítico para nós porque ambientes esportivos seguros também precisam significar ambientes digitais seguros”, disse Kirsty Burrows, chefe da Unidade de Esporte Seguro no COI.

O sistema foi testado no ano passado na Semana dos Esportes Olímpicos. Na oportunidade, analisou mais de 17.000 publicações e sinalizou 199 mensagens como potencialmente abusivas. Dessas, 49 postagens foram verificadas como abusivas por especialistas que enviaram a análise para a ação das plataformas. O teste funcionou com a conta de 122 atletas e 2 autoridades olímpicas, agora em Paris o sistema deve cobrir contas de 15.000 atletas e de 2.000 oficiais nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

De acordo com o COI, o estudo piloto ajudou “a entender o tamanho, a escala e a gravidade do problema de abuso discriminatório online e ameaças direcionadas aos atletas publicamente nas plataformas sociais, e forneceu um modelo para monitoramento, análise, investigação e ação contínuos”. 

Burrows destacou, na divulgação do sistema, que é a primeira vez que essa solução vai ser utilizada abrangendo tantos atletas. “Ao utilizar IA, seremos capazes de entender melhor a violência online no esporte e desenvolver políticas e intervenções baseadas em dados para ajudar a criar ambientes fisicamente e psicologicamente seguros para os atletas”, coloca.

Com o intuito similar, a Meta também divulgou ferramentas de segurança no Facebook e no Instagram que buscam moderar comentários e limitar interações indesejadas nas mensagens diretas das plataformas. “Em todo o mundo, os atletas e seus fãs usarão os nossos apps para se conectar durante estes momentos. A maioria destas interações será positiva – mas, infelizmente, é provável que alguns indivíduos queiram ser abusivos com outras pessoas”, disse a empresa em comunicado.

Outros usos de IA nas Olimpíadas

Além do uso da inteligência artificial para monitoramento e análise de potenciais abusos durante as Olimpíadas, o Comitê Olímpico Internacional também anunciou outros usos da tecnologia durante os Jogos em Paris, o que foi chamado de “Agenda de IA Olímpica”. 

“A IA também será usada para criar vídeos de destaques em múltiplos formatos e idiomas durante esses Jogos. Também estamos usando IA para tornar os Jogos Olímpicos mais sustentáveis, por meio de um sistema de captura de dados e gerenciamento de energia muito sofisticado e inédito. A IA também está abrindo novas maneiras de identificar talentos, e este projeto será lançado globalmente em 2025 para cumprir o compromisso que fizemos de que a IA no esporte deve ser acessível a todos”, revelou Thomas Bach, presidente do COI.

O Comitê revelou que os atletas também poderão utilizar um serviço de chatbot na plataforma Athlete365, que fornecerá informações e respostas rápidas sobre questões como regras de antidoping e outras diretrizes dos Jogos. 

O Google também anunciou nesta semana novidades na plataforma para os Jogos Olímpicos, entre elas as transmissões via YouTube e a apresentação das últimas notícias, placares de jogos em tempo real, ranking de medalhas e outras informações disponíveis no campo de busca. A big tech também evidenciou a possibilidade do uso de Gemini, inteligência artificial da empresa, para tirar dúvidas sobre as Olimpíadas.

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