O Povo Fala: como está sendo usar o BRT Transbrasil?

Publicado originalmente em Jornal O Cidadão do Bairro Maré. Para acessar, clique aqui.

Por Carolina Vaz, com informações da Prefeitura do Rio e Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro

Foto de capa: Ana Cristina da Silva

Hoje completam-se 20 dias que começaram a funcionar as estações de BRT Transbrasil na Maré. Das 18 estações do sistema, seis ficam em frente às favelas do bairro, atendendo assim dezenas de milhares de mareenses. Desde o início da operação da Transbrasil, muita coisa já aconteceu: primeiro as estações da Maré não estavam em uso; depois o horário de funcionamento era muito curto, mas agora parece que o BRT realmente “vingou” para a população do bairro. O Jornal O Cidadão foi, então, às estações saber o que o povo está achando desse novo transporte de faixa exclusiva na Avenida Brasil.

Sair mais tarde, chegar mais cedo

Todas as pessoas que conversaram com a equipe estavam chegando do trabalho, indo trabalhar ou voltando para casa, e todas confirmaram estar economizando muito tempo após trocar o ônibus “normal”, que dividia a faixa com carros, ônibus, caminhões e motos, pelo BRT.

A atriz e assistente social Jaqueline Andrade, de 38 anos, mora na Nova Holanda e trabalha no Santo Cristo, próximo à rodoviária. Enquanto as estações só funcionavam em horário reduzido, das 10h às 15h, ela não tinha visto vantagem no uso, mas assim que expandiu resolveu experimentar. O trajeto que costumava levar 40 minutos na linha 355 agora leva só 13 minutos no transporte, e usando pela segunda vez ela se mostrou satisfeita.

A Jaqueline Andrade não chega a ficar 15min no ônibus para chegar no trabalho. Foto: Ana Cristina da Silva.

Era por volta de 16h, e quem também estava indo trabalhar era o Alcides Pereira, porteiro de 55 anos que mora em Ramos, mas usa a estação da Rubens Vaz e conta circular pela Maré há 65 anos. Trabalhando em Botafogo, no turno que começa à noite e só termina de manhã, ele trocou parte do trajeto que fazia de ônibus pelo BRT. Isso porque o trajeto que levava 30 minutos agora ele faz em 15, indo até o Terminal Gentileza e pegando, lá, outro ônibus para a Zona Sul.

Seu Alcides Pereira agora consegue acelerar uma parte do trajeto até Botafogo. Foto: Ana Cristina da Silva.


“Pra mim melhorou muito, muito mesmo. Porque eu pegava ali, aí engarrafava ali na frente, essas coisas, e aqui é bem rápido, fresquinho. Pegava aqueles ônibus quentes, sem ar condicionado… Aqueles janelões fechados, uma coisa muito ruim. Aqui pra mim está sendo muito bom, com certeza”.

A ampliação do horário do BRT, logo na segunda semana de operação, foi o que viabilizou o uso para o motorista de caminhão Adriano Coutinho, de 41 anos. Morador da Nova Holanda, ele precisa pegar o ônibus exatamente às 4h para chegar cedo no trabalho, em Irajá. Um trajeto que antes levava até 55 minutos agora é de apenas 14 minutos, e ele consegue ir sentado pois ainda tem pouca gente. “Estou satisfeito. Segurança, rapidez, ônibus novo, ar condicionado. Vamos ver se vai manter, né. Eu estou gostando, estou amando”, conta.

Adriano Coutinho pega o primeiro carro às 4h com destino a Irajá. Foto: Ana Cristina da Silva.

Parece que quanto mais distantes a partida e o destino, maior o tempo economizado. A Paloma Dias, de 25 anos, é moradora de Anchieta e trabalha como técnica de enfermagem numa Clínica da Família na Pedreira, em Ramos. No caso dela, a viagem de uma hora e meia entre casa e trabalho foi reduzida para 40 minutos. De casa, ela precisa pegar um ônibus para a estação, e o mesmo na volta, mas mesmo assim o tempo total reduziu muito.

Paloma Dias reduziu o tempo do percurso à metade. Foto: Ana Cristina da Silva.

Às 17h nós encontramos, na estação Fiocruz, a jovem Stephany de Oliveira, de 23 anos, moradora da Vila do João. Trabalhando no Largo da Carioca, no centro da cidade, das 6h30 às 16h, bem no horário de pico, ela só tem elogios ao sistema: “O BRT foi muito bom. Nossa, a gente chega mais cedo em casa… se eu viesse de ônibus eu ia chegar umas seis horas, seis e meia. Eu chegava tarde em casa e super cansada, né, fora o engarrafamento que a gente pegava”.

Três linhas em circulação

Para utilizar o BRT Transbrasil, assim como os demais sitemas BRT, é preciso estar atento às linhas dos ônibus, pois elas não têm paradas nas mesmas estações. O ônibus que mais para, como a equipe observou, foi o 60 (Terminal Gentileza – Deodoro), mas também tem os ônibus 80 e 90. Confira abaixo as informações:

Linha 60 (Terminal Gentileza x Terminal Deodoro – parador)

Locais de embarque e desembarque: Terminal Gentileza, estações INTO, Vasco da Gama, Benfica, Fiocruz, Hospital de Bonsucesso, Baixa do Sapateiro, Rubens Vaz, Piscinão de Ramos, Marinha Mercante, Lobo Júnior, Mercado São Sebastião, Cidade Alta, Vigário Geral, Irajá, Fazenda Botafogo, Jardim Guadalupe, Guadalupe e Terminal Deodoro.

No sentido Maré – Terminal Gentileza, o trajeto dura cerca de 15 minutos. Foto: Ana Cristina da Silva.

Linha 80 (Terminal Gentileza x Penha – parador)

Locais de embarque e desembarque: Terminal Gentileza, estações INTO, Vasco da Gama, Benfica, Fiocruz, Hospital de Bonsucesso, Baixa do Sapateiro, Santa Luzia, Cardoso de Moraes, Olaria, Ibiapina e Penha.

O percurso da linha 80, na Maré, tem pontos da Vila do João ao Morro do Timbau.

Linha 90 (Terminal Gentileza x Fundão)

Locais de embarque e desembarque: Terminal Gentileza, estações INTO, Vasco da Gama, Benfica, Fiocruz, Hospital de Bonsucesso, Baixa do Sapateiro, Maré e Terminal Fundão.

Compartilhe:

Share on whatsapp
Share on twitter
Share on facebook
Share on email
Share on linkedin
Share on telegram
Share on google
Language »
Fonte
Contraste