Novo coronavírus veio para ficar? Entenda

Publicado originalmente em Nujoc Checagem por Thalita Albano. Para acessar, clique aqui.

Desde 2020 que a pandemia do novo coronavírus é uma incógnita para cientistas, pesquisadores e órgãos de saúde. O fato é que já estamos há mais de um ano do início do primeiro caso de Covid-19 e de lá pra cá muitas coisas ainda são novidades, outras não possuem explicação concreta.

Publicação feita no Instagram do deputado federal Paulo Martins. Imagem: Reprodução.

O que muita gente se pergunta é até quando ainda teremos que conviver com a doença. A vacina, que tem sido a esperança da grande maioria, chegou como um paliativo no tocante a proteção contra a doença e redução de sintomas mais graves em pessoas que já estiverem infectadas. Mas não se sabe ao certo se o vírus é permanente ou um dia desaparecerá. A aposta de muitos especialistas é que o novo coronavírus veio para ficar, visto estar fora de controle.

O Nujoc Checagem, em parceria com o aplicativo EuFiscalizo – da Fiocruz (disponível para Android e iOS) recebeu para análise, uma publicação veiculada no Instagram do deputado federal Paulo Eduardo Martins, que reforça essa aposta. Na publicação, o deputado traz uma notícia do site CNBC com o seguinte título: OMS diz que Covid sofrerá mutações como a gripe e provavelmente veio para ficar.

Em análise do material recebido, foi possível constatar, com a ajuda de informações extraídas dos jornais O Globo e Veja, que se trata de uma informação verdadeira. O chefe do Departamento de Epidemiologia da Universidade Harvard, Marc Lipsitch, segundo o jornal O Globo, acredita que o vírus veio para ficar por um bom tempo. Isso quer dizer que provavelmente ele infectará a nós ou a alguém que conhecemos.

Segundo o jornal Veja, o novo coronavírus, identificado na China em 2020, provoca a maior tragédia sanitária mundial em 100 anos. E hoje, passados mais de um ano do início da pandemia, a única certeza que se tem é que ele veio para ficar. Não se trata, no entanto, de anos e anos vivendo aos sobressaltos com novas variantes ou experimentando o vaivém de decisões que abrem ou restringem as atividades. O que a ciência sustenta é que o Sars-Cov-2 se tornará endêmico, ou seja, o vírus causará a doença de forma consistente em determinadas regiões ou populações.

De acordo com o geneticista Salmo Raskin, membro da Sociedade Brasileira de Genética Médica, “vamos ter de conviver com ele”, falou ele. Ainda segundo Salmo, dificilmente o microrganismo provocará o prejuízo avassalador e o drama que vem sendo amargado atualmente. “Deverá ser mais como o influenza, o causador da gripe. Ele continuará entre nós – há 1 bilhão de casos de gripe por ano -, mas existem as vacinas atualizadas anualmente para protegerem contra a cepa em circulação. A expectativa é que a estrada do novo coronavírus seja semelhante”, disse o médico.

O jornal Veja destaca-se ainda que o vírus está longe de se tornar endêmico, O momento é atual é de uma transição difícil, delicada, ora pintada de esperança, ora marcada pelo medo. “O vírus ainda não é adaptado, é virulento, agressivo e faz muitas vítimas”, destacou o infectologista Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações. Fato disso é que depois do alívio desfrutado com as primeiras doses da vacina que foram aplicadas, a população sofreu uma nova crise, dessa vez causada pelo avanço das variantes, especialmente a variante Delta.

Com isso, surgiu mais uma dúvida: a eficácia dos imunizantes. Quanto a isso, a ciência é clara e concisa: os imunizantes funcionam. Com diferença de desempenho de um para o outro, mas funcionam. Um estudo publicado no The New England Journal of Medicine mostrou que a vacinação completa confere 67% a 88% de proteção contra o agravamento de sintomas quando a infecção é provocada pela cepa.

É fato que diante da situação em que vivemos, com tantas idas e vindas em relação a pandemia que tantas vezes desanima e leva ao sentimento de que ela jamais terá fim, é preciso compreender o momento e entender que tudo que está acontecendo é natural dentro de um contexto tão complexo. O vírus foi descoberto há mais ou menos dezoito meses e nesse período, a ciência teve desempenho espetacular ao trazer conhecimento, tratamento e prevenção.

Segundo informações do jornal Veja, o que tem atrasado o controle e a passagem do vírus de pandêmico para endêmico é uma combinação de fatores que incluem falta de responsabilidade individual e coletiva, ausência de estratégias governamentais baseadas em ciência e o entendimento de que a questão precisa ser analisada como um problema de longo prazo, por etapas e que moldará o futuro de toda a humanidade. Isso exige, acima de tudo, compreender que as ações que tornarão mais pacífica nossa convivência com o vírus têm de ser globais, simultâneas e contar com a adesão dos indivíduos, visto que uma só pessoa que não se vacine é um entrave a mais.

O imunologista Luiz Vicente Rizzo, diretor superintendente do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, afirmou que “enquanto o mundo não estiver todo vacinado, a pandemia não acaba”, falou ele. Até lá, os protocolos de saúde emitidos pelos órgãos de saúde devem ser seguidos à risca. O uso de máscaras, o distanciamento social e a higienização das mãos com álcool 70 ajudam a diminuir a contaminação até que a vacina chegue a todos.

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