Nova diplomacia tarifária: o neoimperialismo de dados de Trump contra a soberania digital

Publicado originalmente por The Conversation Brasil.

O veículo independente e sem fins lucrativos The Conversation Brasil publicou o último artigo de uma série sobre desinformação, realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), o International Center for Information Ethics (ICIE) e a Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD). Desta vez, a análise ficou a cargo do pesquisador, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano da Universidade Federal Fluminense (PPGMC-UFF), Gilberto Scofield Jr., que aborda a política tarifária do presidente estadunidense Donald Trump e seu neoimperialismo de dados.

Nas últimas quatro décadas, o cenário midiático mudou de um ambiente definido pela lógica da sociedade de massa controlado por um punhado de grupos de comunicação para um cotidiano desenhado pela internet e organizado horizontalmente numa sociedade em rede. No meio do caminho, o poder dos grupos de mídia tradicionais – e as receitas de anúncios que captavam – foi aos poucos sendo transferido para um oligopólio digital formado principalmente por empresas americanas, como Meta, Alphabet, Microsoft, Nvidia, Amazon e Apple, mas também chinesas, como Tencent (redes sociais, jogos), Alibaba (e-commerce), ByteDance (TikTok) e Xiaomi (smartphones, eletrônicos), para ficar nas mais conhecidas. Esses gigantes da tecnologia estão remodelando a distribuição de capital social e simbólico através do fenômeno da plataformização e do aumento de consumo de notícias não mais em portais tradicionais de notícias, mas nas redes sociais.

A nova realidade é chamada de colonialismo de dados, um fenômeno da prática exploratória do colonialismo clássico e sua adaptação para os fenômenos de plataformização, datificação e o capitalismo de vigilância como um todo. Em tal situação, o controle da informação, fluxos, infraestruturas e cabos submarinos e satélites são de propriedade e monopolizados por grandes empresas de tecnologia. O ponto central dessa disputa foi escancarado em fevereiro de 2025, quando o governo de Donald Trump publicou um memorando detalhando ações de retaliação contra países que impusessem obstáculos regulatórios, tributários ou de controle de conteúdo às empresas americanas. As diretrizes de Washington, embora se dissesse focadas na Europa, visam a qualquer Estado que limite a operação das Big Techs.

Leia o artigo completo no site do The Conversation aqui.

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