Publicado originalmente em *Desinformante por Liz Nóbrega. Para acessar, clique aqui.
O enfrentamento à desinformação vem mobilizando diversos atores ao redor do mundo. Para incentivar soluções que possam ajudar a combater a poluição da informação e restaurar a integridade da informação, a Digital Public Goods Alliance (DPGA) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lançaram uma campanha de financiamento de novas ideias a partir de código aberto.
A campanha vai identificar e promover globalmente soluções digitais de código aberto e conceitos para soluções futuras. As pessoas e organizações por trás dos bens públicos selecionados receberão de US$ 5.000 a US$ 10.000 e vão ter seu trabalho destacado na Cúpula do Prêmio Nobel “Verdade, Confiança e Esperança” que acontece no fim de maio.
“Para garantir maior integridade das informações globalmente, é imperativo que aproveitemos a tecnologia e façamos dela uma força para o bem. Os bens públicos digitais oferecem uma oportunidade para atores de todo o mundo aproveitarem as inovações existentes e combaterem os vastos desafios impostos pela desinformação”, disse o CEO da Fundação Nobel, Vidar Helgesen.
A aposta nos bens públicos digitais tem o objetivo de enfrentar a desinformação nas suas raízes, justamente por incluir a ideia de transparência na sua construção e outras boas práticas que fogem à lógica comercial, auxiliando na formação de confiança no ambiente digital. Os projetos serão selecionados para o financiamento a partir de um painel consultivo de especialistas de todo o mundo. A professora da UFRJ e diretora do Netlab, Marie Santini, está entre os membros avaliadores.
“É fundamental que, tanto no painel de avaliadores como nas submissões, tenhamos pessoas de diferentes partes do mundo, para que possam trazer perspectivas locais sobre um problema que é global, mas que apresenta especificidades contingenciais, culturais e sociais. Sabemos que soluções locais não serão eficazes no combate a desinformação, ao mesmo tempo em que especificidades precisam ser consideradas para que as soluções globais de combate a poluição informacional sejam encontradas”, destacou Santini.
As inscrições seguem até o dia 2 de abril e, para estar apta, a solução ou conceito digital deve incluir software de código aberto, usar uma das licenças abertas aprovadas; e não incluir ou ter dependência de conteúdo ou dados proprietários.