Musk não entregou aos EUA provas de interferência de Moraes nas eleições

Publicado originalmente em Agência Lupa por Maiquel Rosauro. Para acessar, clique aqui.

Post nas redes sociais alega que Elon Musk entregou às autoridades dos Estados Unidos documentos evidenciando a interferência do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nas eleições de 2022. É falso.

Por meio do ?projeto de verificação de notícias?, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa?:

Elon Musk entrega documentos à autoridades dos EUA evidenciando interferência de Alexandre de Mores nas eleições de 2022.

Nesta quarta-feira, o magnata Elon Musk entregou à autoridades norte-americanas documentos que comprovam a interferência direta de Alexandre de Mores nas eleições de 2022. Os documentos revelam que De Mores tinha acesso à conta de alguns jornalistas, permitindo-o rastrear suas localizações físicas. A situação está se intensificando rapidamente, gerando grande repercussão.”

– Texto em post que circula nas redes sociais

Falso

Não há registro de que Elon Musk tenha entregue às autoridades dos EUA documentos sobre uma suposta interferência de Alexandre de Moraes nas eleições de 2022. Uma busca em veículos de imprensa do Brasil ou do exterior não gerou resultados sobre o assunto, o que indica que o fato foi inventado. Além disso, o próprio Musk não comentou ter feito tal ação.

Conforme o advogado Michael Almeida Di Giacomo, especialista em Direito Constitucional e Mestre em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público, um movimento de Musk junto às autoridades norte-americanas, sobre eleições no Brasil, não teria efeito prático.

“Teria que ser sempre em nossa jurisdição, no máximo, para algum órgão internacional que teria basicamente o ‘poder’ de emitir uma nota. Vamos fazer um raciocínio. Algum país interfere diretamente nas eleições da Venezuela? Outro exemplo: em 2019, a Organização dos Estados Americanos (OEA) recebeu denúncia e indicou que houve fraude na eleição de Evo Morales na Bolívia. Ele renunciou ao cargo, porém todo o procedimento foi interno, após o próprio Morales ter anunciado novas eleições”, explica Giacomo.

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