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O ex-presidente e atual candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, esteve em sabatina, na tarde de terça-feira, 9, na Fiesp, no estado de São Paulo, onde conversou com empresários. Em um dos momentos, ele fala com indignação sobre o cenário atual brasileiro e desabafa:
“Quanto custou a esse país não fazer as coisas corretas no tempo certo? O Brasil foi último a abolir a escravidão, a fazer a independência, o último da América Latina a legalizar o voto da mulher, o reassentamento rural (…)Isso explica o nosso atraso”, disse Lula, ao relembrar fatos da história do Brasil.
A afirmação “(..) último a legalizar o voto da mulher”, é falsa!
Isso porque com a elaboração do primeiro Código Eleitoral do Brasil, em 1932, houve a criação da Justiça Eleitoral, de eleições padronizadas e voto obrigatório, secreto e universal, incluindo as mulheres. Isso só foi possível devido ao Decreto 21.076, do então presidente Getúlio Vargas.
Com isso, nas eleições legislativas de 1933, as brasileiras puderam votar e ser votadas pela primeira vez. Nestas eleições, também foi escolhida a primeira deputada federal do país, a médica paulista Carlota de Queirós.
Incorporada à Constituição de 1934, o voto feminino era estendido às mulheres solteiras e viúvas que exerciam trabalhos remunerados. As mulheres casadas deveriam ser autorizadas pelos maridos para votar.
No ano seguinte, o Código Eleitoral de 1935, precisou que era obrigatório o voto das mulheres que tinham atividades remuneradas.
Comparada a países vizinhos, a Argentina chegou tarde.
- Argentina reivindicado 1919, só foi aprovado em 1947
- Equador em 1929
- Brasil em 1932
- Chile em 1934
- Bolívia em 1938
- Venezuela em 1946
- Argentina em 1947