Líderes globais são instados a agir com urgência para conter crise climática pelo novo Climate Crisis Advisory Group (CCAG)

Publicado originalmente em Agência Bori. Para acessar, clique aqui.

Highlights

  • Liderados por David King, ex-conselheiro científico do Reino Unido, grupo de cientistas internacionais quer fornecer orientações sobre mudanças climáticas para líderes globais
  • Primeiro relatório descreve o estado da crise climática e convoca ação política e financeira internacional ágil para mitigar seus efeitos
  • Apesar das evidências crescentes, pouco está sendo feito para mitigar impactos das mudanças do clima

Reunindo um corpo científico independente internacional, com 14 grandes especialistas mundiais de uma variedade de disciplinas relacionadas ao clima, o Climate Crisis Advisory Group (CCAG) pretende fornecer aconselhamento e orientação de especialistas independentes para líderes globais que buscam fortalecer suas ações de combate à crise climática. Eles acreditam que, apesar das evidências crescentes, pouco está sendo feito para mitigar os impactos das mudanças climáticas globalmente.

Em primeiro relatório lançado nesta quinta (24) (horário de Londres) e antecipado pela Bori, o grupo delineia o estado da crise climática e convoca tomadores de decisão internacionais para colaborar e agir em três áreas principais:

Reduzir: as metas atuais de redução das emissões de gases de efeito estufa ainda não são suficientes. As nações precisam triplicar suas promessas de redução de emissões para limitar os efeitos da crise climática.

Remover: É preciso ter investimento em grande escala para desenvolver e escalonar técnicas para remover gases de efeito estufa da atmosfera.

Reparo: Pesquisas aprofundadas são necessárias para explorar e investigar métodos e tecnologias seguras para reparar os danos dos nossos sistemas climáticos.

O Grupo oferecerá consultoria científica de ponta em um formato aberto e transparente para governos, partes interessadas e o público com o objetivo de catalisar compromissos globais reais e significativos necessários para fazer essas mudanças. Ele é liderado pelo Sir David King, ex-conselheiro científico do governo do Reino Unido e conta com especialistas do globo todo. No Brasil, o grupo é representado pela pesquisadora Mercedes Bustamante, da UnB. “Espero que o grupo possa catalisar e amplificar as ações que necessitamos. O diálogo com a sociedade e os tomadores de decisão pode envolver mais pessoas e instituições para construir um caminho robusto e sustentável para o futuro”, comenta.

O presidente do CCAG, Sir David King, comentou sobre o lançamento: “Acredito que ainda temos cinco anos para resolver este problema global. Começamos a falar seriamente sobre as mudanças climáticas em 1992, mas estamos em uma posição muito pior agora – vendo os gases do efeito estufa aumentarem ano após ano”.

No relatório, o grupo convoca uma ação política e financeira internacional ágil para mitigar as consequências das mudanças climáticas por meio da redução de emissões, remoção de gases de efeito estufa e reparação do clima.

King continua: “Precisamos agir agora e é exatamente para isso que o CCAG está configurado. Cada membro é um especialista líder mundial, com conhecimento e capacidade para se dirigir a políticos, instituições financeiras e membros do público com um grau de agilidade que nenhum outro órgão internacional de especialistas é capaz, focando em ações reais e tangíveis em relação à mudança climática global mitigação e reparação para as nossas gerações futuras. ”

A lista de membros do CCAG inclui:

• Sir David King (Presidente), Cambridge University – foco em alertar governos e instituições em todo o mundo sobre os perigos da crise climática e a necessidade urgente de reparos climáticos

• Dr. Robert W. Corell, US Global Environment Technology Foundation – interesse particular em mudanças climáticas globais e regionais e a ligação entre ciência e políticas públicas

• Professor Qi Ye, Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong e Universidade Tsinghua China – especialista em política ambiental da China com foco em mudança climática, meio ambiente, energia, recursos naturais e urbanização

• Dr. Klaus Lackner, Arizone State University – os interesses de pesquisa incluem o fechamento do ciclo do carbono através da captura do dióxido de carbono do ar, sequestro de carbono, pegada de carbono, energia inovadora e política ambiental e energética

• Professora Mercedes Bustamante, Universidade de Brasília – reconhecida por contribuições ao conhecimento ecológico de ecossistemas tropicais ameaçados e suas interações com mudanças induzidas pelo homem

• Professora Lavanya Rajamani, Oxford University – especialista na área de legislação ambiental internacional e mudanças climáticas

 Dr. Arunabha Ghosh, Conselho de Energia, Meio Ambiente e Água – especialista em políticas públicas e conselheiro de mudanças climáticas para governos, indústria, sociedade civil e organizações internacionais em todo o mundo

• Dr. Fatih Birol, Agência Internacional de Energia – especialista e contribuidor significativo para o debate político internacional sobre energia e mudança climática

• Professor Dr. Johan Rockström, Potsdam University – especializado em ciências ambientais com ênfase em recursos hídricos e sustentabilidade global

• Professora Lorraine Whitmarsh, University of Bath – interesse particular em percepções e comportamentos em relação às mudanças climáticas, energia e transporte

• Professor Nerilie Abram, Australian National University – expertise em pesquisa cobrindo os impactos das mudanças climáticas, dos oceanos tropicais à Antártica

• Dr. Tero Mustonen, Snowchange Cooperative – especializada em biodiversidade do Ártico e impactos para comunidades indígenas e locais e sociedades nômades do Ártico

• Professora Laura Diaz Anadon, Universidade de Cambridge – especialista em política de energia, clima e inovação, os motores da mudança tecnológica e avaliação de políticas

 Professor Mark Maslin, University College London – especialização em compreender o Antropoceno e como ele se relaciona com os principais desafios que a humanidade enfrenta no século 21

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