Jovens vacinados com Pfizer e Moderna tiveram problemas cardíacos?

Publicado originalmente em Nujoc Checagem por Thaís Guimarães. Para acessar, clique aqui.

No dia 09 de junho a página no Instagram Aliados Brasil, que se intitula como apoiadora do presidente Jair Bolsonaro, publicou a informação de que jovens vacinados com as vacinas Pfizer e Moderna nos Estados Unidos apresentaram problemas cardíacos.

“O Centro para Controle e Prevenção de Enfermidades (CDC) dos Estados Unidos registrou nesta semana casos de miocardite, uma inflamação no músculo cardíaco, em jovens e adolescentes vacinados com o produto experimental da Pfizer e da Moderna, que utilizam manipulação genética mRNA. Embora ainda não se tenha estabelecido a causalidade dos eventos, eles ocorreram nos quatro dias após a vacinação. Casos semelhantes já foram observados na França”, diz o texto publicado na página.

A agência de notícias Reuters confirmou a informação, por meio de reportagem publicada no dia 10 de junho. “Um número maior do que o esperado de homens jovens têm apresentado inflamações no coração após a segunda dose da vacina de RNA mensageiro contra Covid-19 da Pfizer/BioNTech e da Moderna, de acordo com dados de sistemas de monitoramento de segurança, afirmou o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC)”, diz a Reuters.

Ainda de acordo com a reportagem, o Ministério da Saúde de Israel também está investigando ocorrências desse tipo no país.

Nos EUA, mais da metade dos casos reportados ao sistema de eventos adversos na vacinação (VAERS) foram registrados em pessoas com idades entre 12 e 24 anos.

“Nos dados do VAERS, foram observados 283 casos de inflamação cardíaca após a segunda dose da vacina em pessoas com idade entre 16 e 24 anos. Isso se compara às expectativas de 10 a 102 casos para essa faixa etária com base nas taxas de incidência da população dos EUA, disse o CDC”, finaliza o texto da Reuters.

Portanto, a informação veiculada pela página de apoio ao presidente Bolsonaro procede, contudo, é preciso ficar atento em relação a conteúdos como esse, que tem claras intenções de fortalecer as narrativas de negação da ciência e da eficácia das vacinas contra covid-19. O caso aqui mencionado ainda está sendo estudado, e por isso é necessário cautela ao se deparar com esse tipo de notícia.

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