Publicado originalmente em IGN Brasil. Para acessar, clique aqui.
Recentemente o IGN Brasil trouxe um artigo falando sobre o fato de que a IA está longe de escrever bem como um humano. Quanto à arte visual, existe um novo programa que envenena sistemas generativos para que não construam imagens. Apesar disso, ao que parece a tecnologia conseguiu reproduzir uma inteligência crucial: a generalização compositiva.
https://br.ign.com/tech-3/110289/gallery/embed
Uma inteligência humana agora é reproduzida com sucesso
Aprender o significado de uma palavra e depois aplicá-lo a outros conceitos linguísticos é uma capacidade comum ao ser humano. Conseguimos abstrair ideias e reconhecer objetos por sua forma, mesmo que seja diferente ou esteja em outra cor e material. Vemos formatos nas nuvens.
Este ingrediente bastante conhecido da nossa inteligência pode ser chamado de generalização compositiva. Dois cientistas cognitivos chamados Jerry Fodor e Zenon Pylyshyn afirmaram que as redes neurais artificiais seriam capazes de fazer estas conexões, mas desde meados de 1980 esta área não obteve suceso… até agora.
Investigadores da Universidade de Nova Iorque e da Universidade Pompeu Fabra, na Espanha, já trabalham nesta área há algum tempo e desenvolveram uma nova técnica que visa precisamente esta capacidade.
O estudo, publicado na revista científica Nature, revela como ferramentas similares ao ChatGPT podem fazer essas generalizações compositivas por meio do chamado “Meta-aprendizado para composicionalidade” (MLC).
Testes realizados na prática
De acordo com os testes realizados, a inteligência artificial não apenas poderia se igualar à inteligência humana, mas superá-la nesta importante capacidade cognitiva.
O processo foi feito por meio de prática e não o aprendizado. O sistema recebe uma palavra e é solicitado a aplicá-la em um outro contexto. Por exemplo a IA recebe a palavra “falar” e pedem para que criem um contexto, como “falar muito” ou “falar pouco” ou “falar baixo” e “falar alto”.
Conforme a inteligência artificial avança, ela conseguiria desenvolver contextos como “falar abobrinha” ou “falar besteira”, tanto no sentido literal quanto no figurativo (é só um exemplo). Desta forma aumentando muito o alcance de sua linguagem.
Esses novos avanços são promissores para a área de programação, já que sistemas poderão receber, entender e responder à muito mais comandos, mesmo que eles sejam mais complexos.