Publicado originalmente em Agência Lupa por Gabriela Soares. Para acessar, clique aqui.
Circula nas redes uma imagem de manifestantes entrando em um prédio. A postagem sugere que seriam professores em greve contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto diz ainda que a Justiça teria determinado multa diária de R$ 10 mil à categoria, porque a paralisação foi feita “sem motivo”. É falso.
Por meio do ?projeto de verificação de notícias?, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa?:
“Justiça declara que greve dos professores ‘é sem motivo’
Fazuelli
(…) É determinado R$ 10 mil de multa diária”
– Texto em vídeo que circula nas redes sociais
Falso
O protesto mostrado no post não tem relação com o governo Lula. A imagem corresponde à invasão de professores, servidores e alunos da rede estadual do Paraná na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em Curitiba, em 3 de junho de 2024. O motivo da manifestação é a oposição à Lei nº 22.006, de 4 de junho de 2024, sancionada pelo governador Ratinho Júnior (PSD) um dia após a ocupação, que visa a terceirizar a gestão administrativa de aproximadamente 200 colégios públicos do estado.
A foto que circula nas redes sociais foi capturada de um vídeo publicado no TikTok (veja a comparação). Na gravação, é possível identificar o prédio da Alep e ver pessoas vestindo camisetas do movimento contra a medida do governo do Paraná, com a frase “Não venda a minha escola”. Essas camisetas estão disponíveis no site do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato).
Compare, abaixo, o print retirado do vídeo com a foto da ocasião, publicada pelo G1:
À esquerda, imagem do fotógrafo Giuliano Gomes do PR Press durante invasão, à direita, trecho do vídeo que circula nas redes sociais.
Em 3 de junho, data da invasão da Alep, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) determinou a suspensão da greve marcada para começar naquele dia, sob pena de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento. Essa é a decisão citada na peça desinformativa. No entanto, o APP-Sindicato anunciou a continuidade da greve e destacou a “forte” adesão de pais e alunos.
A lei institui o programa Parceiro da Escola, que propõe a gestão privada na administração e terceirização de serviços como limpeza e segurança nas escolas. O projeto também prevê uma consulta pública nas escolas potenciais para a adoção do novo modelo. Segundo o APP-Sindicato, houve relatos de pressão e assédio para convencer a população a votar a favor da privatização em uma consulta pública.
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