Idosos podem morrer após serem imunizados com a vacina de mRNA ?

Publicado originalmente em Nujoc Checagem por Camila Sampaio. Para acessar, clique aqui.

Recebemos, no aplicativo Eu Fiscalizo da Fiocruz (disponível para Android e IOS), a publicação “Mortes Latentes Horríveis Preditas Entre Idosos Pelo Professor De Genética Após A Imunização Com Vacinas De RNA”, publicada no site Sinais do Reino para ser checada. A matéria, especificamente, defende que as vacinas contra o novo coronavírus como a da PFIZER, que por usar mRNA na sua composição, pode ocasionar reações alérgicas adversas como a anafilaxia e reações autoimunes após a aplicação, principalmente em idosos, levando a falência de órgãos, pois o sistema imunológico atacaria o organismo ao invés de combater o vírus da COVID-19. 

O boato destacava que após o mRNA entrar no organismo, ele estimula o sistema imunológico a ter uma doença autoimune de baixo grau e não imunidade contra o vírus porque o mRNA está expressando uma proteína viral, e que a partir disto a pessoa se torna geneticamente modificada e que o sistema imunológico dela agora ao invés de ajudá-la estaria atacando o próprio corpo. E, finalmente, se esta pessoa entrar em contato com o vírus meses depois irá morrer de falência de órgãos por conta de um sistema imunológico que já estava fraco e piora. E é mencionado ainda que em caso de idosos, os deixariam exaustos e cansados e sem capacidade de sobreviver se tiverem doenças subjacentes.  

Ao contrário do que é dito no boato, não existe nenhuma comprovação que animais ou pessoas imunizadas pela vacina da Pfizer, após se contaminarem com o vírus, vieram a falecer. Em matéria do IG, é relatado que centenas de israelitas pegaram COVID-19 ao instante que tomaram a vacina. Entretanto, a vacina da PFIZER, como de qualquer outro imunizante, não garante imunidade imediata contra o novo coronavírus após a aplicação. No caso da vacina da PFIZER leva cerca de oito a dez dias após a primeira injeção, tendo 50% de eficácia em uma possível infecção. Depois de tomar a segunda dose, que é 21 dias depois, o paciente fica com 95% de chance de não ser infectado. Portanto, é improvável que uma pessoa, mesmo infectada, venha a falecer após as duas injeções.  

Com relação aos idosos, houve mortes na Noruega após a vacinação. No entanto, em notícia publicada no site da CNN, a Agência Norueguesa de Medicamentos e o Instituto Nacional de Saúde Pública daquele país, que investigam as ocorrências, não veem relação entre as mortes e vacina da PFIZER, isso porque os efeitos colaterais da vacina são raros e leves como febre, dor de cabeça, dores musculares, calafrios e dores nas articulações como é afirmado na matéria da CNN. É também ressaltado que as mortes devem ser analisadas em cada contexto, uma vez, que por exemplo, os idosos têm doenças subjacentes e a vacinação não poderia evitar a morte dele por outro motivo, já que ela combate apenas a Covid-19. No caso da Noruega, aqueles que moram em asilos têm uma expectativa de vida relativamente curta. 

Professora Dolores Cahill no site Sinais do Reino durante conferência sobre mortes latentes entre idosos.

Quando se trata da anafilaxia, ainda em consonância com o texto da CNN, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA afirma que reações alérgicas no país são raras, foram contabilizados apenas 10 casos, todos em mulheres e ocorreram imediatamente após a injeção. Todos esses casos foram acompanhados pelo CDC até se recuperarem. Em todos os casos, apenas um teve reação alérgica prévia à vacina, nos outros casos, a reação se deu após mistura de substâncias, como drogas, por exemplo. E mesmo a anafilaxia sendo fatal, quando tratadas de imediato, os pacientes podem se recuperar rapidamente. 

Na Califórnia, mesmo com as reações raras, o CDC solicita que os fornecedores da vacina estejam preparados, monitorando as pessoas por pelo menos 15 minutos após receberem a injeção e portando uma equipe treinada com suprimentos para lidar com as reações adversas. 

Em relação aos idosos, no portal UOL, em matéria do dia 20 de dezembro de 2021, o órgão dos EUA confirma 6 casos de reação alérgica grave, considerada anafilaxia, após serem imunizadas pela vacina da Pfizer. Nenhum dos casos era em idosos acima de 65 anos e durante a investigação precisou-se levar em conta que nem todas as doses eram da mesma linha de produção. 

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