Publicado originalmente em Nujoc Checagem por Edison Mineiro. Para acessar, clique aqui.
O Nujoc recebeu para checagem uma publicação no instagram do deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) que aborda o boletim emitido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em outubro, acerca da proximidade do fim da pandemia. De acordo com o post, os pesquisadores da referida instituição consideram o arrefecimento da crise sanitária e, a partir de então, acreditam que a pandemia de COVID-19 chegará ao fim nos primeiros meses de 2022. A publicação foi encaminhada até nossa equipe por intermédio do aplicativo Eu Fiscalizo da Fiocruz.
O suposto boletim mencionado na postagem do parlamente é verdadeira, conforme você pode ver aqui. Para os pesquisadores, o avanço da vacinação foi crucial para melhora do quadro da doença no Brasil. No boletim, os pesquisadores pontuaram que, no cenário atual da doença no Brasil, números apontam para quadro de estabilidade nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e covid-19 no país, “com indícios de arrefecimento da pandemia”. A fundação acompanha sistematicamente a evolução de SRAG, considerada em sua maioria de casos sub-notificação de covid-19.
No boletim, os técnicos entendem que os dados até momento indicam que a “‘a luz no fim no túnel’ vai se tornando mais próxima e, com a expansão da vacinação, há fortes motivos para se acreditar no fim da pandemia até os primeiros meses de 2022” de acordo com palavras dos especialistas, no documento.
Entretanto, os estudiosos apontam que o momento atual exige cautela para se evitar “reveses indesejáveis” nas palavras dos técnicos. O fim da pandemia, explicam os pesquisadores, não representará “o fim da ‘convivência’ com a covid-19”, que deverá se manter como doença endêmica e passível de surtos mais localizados, segundo os técnicos. “Neste sentido, medidas como o uso de máscaras, distanciamento físico e higiene constante das mãos continuarão sendo importantes, ainda por algum tempo, em ambientes fechados ou naqueles abertos com aglomeração”, ressaltaram os técnicos.
É necessário também estender o olhar a países que, por exemplo, já estão com a vacinação há mais tempo avançada em relação ao Brasil, mas que enfrentam uma subida atual nos índices de contaminação. A taxa de infecção por coronavírus na Alemanha chegou ao nível mais alto nesta segunda-feira (8) desde o começo da doença —no governo, dizem que há uma “pandemia dos não vacinados” no país.
De acordo com o G1, a taxa de incidência acumulada nos últimos sete dias, que mede o número de casos de coronavírus a cada 100 mil habitantes, chegou a 201. O recorde anterior, de 197,6, era de 22 de dezembro de 2020, segundo o Instituto Robert Koch Institute da Alemanha.