Estação Experimental Agronômica para além da estrutura, da tecnologia e da inovação

Publicado originalmente em Jornal da UFRGS. Para acessar, clique aqui.

Artigo | Lucas Cardoso Azeredo, Daniela Guarchez Adamich, Verônica Machado Rolim e Diogo Magnabosco apresentam as atividades desenvolvidas pelo órgão da UFRGS localizado em Eldorado do Sul

*Por: Lucas Cardoso Azeredo, Daniela Guarchez Adamich, Verônica Machado Rolim e Diogo Magnabosco
*Ilustração: Erika Nunes/IA-UFRGS

A Estação Experimental Agronômica da UFRGS, localizada na cidade de Eldorado do Sul, possui aproximadamente 1.600 hectares (ha) e guarda o prédio histórico mais antigo da Universidade, a capelinha de São Pedro. A “Estação”, como é chamada pelos seus frequentadores, possui sistemas e linhas de pesquisas de ponta, sendo que é ali o lugar em que a expressão o ‘AGRO é TECH’ ganha profundidade. Onde mais, se não dentro da Universidade, para termos ciência, tecnologia e produção de conhecimento?

Hoje, no setor de Zootecnia, a Estação possui em pleno funcionamento áreas de pesquisa em avicultura, apicultura, bubalinocultura leiteira, ovinocultura e bovinocultura de corte. Rebanhos estes que permitem a condução, por alunos e professores, de diversos experimentos, aulas práticas e cursos. Mantendo firme o seu tripé em ensino, pesquisa e extensão, a Estação nunca perde de vista a produtividade, de modo que os conhecimentos produzidos pela fazenda são avaliados e, se rentáveis, levados para o produtor rural, melhorando assim a competitividade do setor agropecuário.

Podemos começar pelo setor de avicultura, no qual as inovações e tecnologias passam por pesquisas de testes de adição de enzimas à ração que alimenta as aves, tal o ajuste fino da nutrição animal. São pequenas “pitadas” que fazem toda a diferença em um sistema tão desenvolvido tecnologicamente.

A apicultura, bem consolidada dentro da Estação, possui instalações e maquinários para dar suporte aos pequenos produtores que não têm capital suficiente para investir em máquinas de beneficiamento do mel.

A bubalinocultura, implantada recentemente, visa criar uma unidade demonstrativa de ordenha, destacando a rusticidade do búfalo como alternativa para a agricultura familiar. Essa espécie animal é capaz de produzir um leite com maior quantidade de sólidos totais, o que favorece a produção de derivados e é a matéria-prima do verdadeiro queijo mussarela.

Por sua vez, a ovinocultura conta com a parceria do setor privado. O rebanho é monitorado pela utilização de um aplicativo telefônico capaz de auxiliar o produtor frente aos diversos desafios no gerenciamento do rebanho na fazenda.

A bovinocultura – de especial afinidade local –, além de contar com a parceria do setor privado que disponibilizou o que há de melhor em troncos utilizados para conter os animais, atendendo assim de forma precisa ao bem-estar, possui também um sistema de cochos eletrônicos que é capaz de medir o consumo de alimento dos bovinos 24 horas, de forma individual, praticamente em tempo real, gerando dados que são armazenados em nuvem. Isso permitirá identificar e futuramente reproduzir os animais que mais bem utilizam os recursos naturais, pois são mais eficientes ao se alimentarem.

Podemos ressaltar ainda que são diversas as tecnologias utilizadas no dia a dia da Estação, desde a identificação animal individual com chip, a pesagem em balanças eletrônicas e as operações de contenção dos animais por equipamentos hidráulicos, o que favorece as condições de trabalho dos funcionários, as mensurações objetivas de temperamento dos animais e as avaliações de carcaça no animal em vivo e em tempo real.

Para além da estrutura, da tecnologia e da inovação, a Estação oferece algo mais que não está nos livros, nos artigos, mas que é fundamental à formação dos alunos das ciências agrárias: pessoas. São as pessoas que fazem a Estação, que fazem a nossa Universidade, elas que são de valor inestimado, que não cabem numa planilha de Excel. São espíritos humanos altamente capacitados nas diversas áreas do conhecimento, que se completam e que conduzem o aluno à formação do seu saber.


Lucas Cardoso Azeredo é zootecnista e mestrando no PPG em Zootecnia.
Daniela Guarchez Adamich é zootecnista e doutoranda no PPG em Zootecnia.
Verônica Machado Rolim é médica veterinária, doutora em Ciências Veterinárias. É servidora técnico-administrativa da UFRGS, lotada na Estação Experimental Agronômica.
Diogo Magnabosco é médico veterinário, doutor em Ciências Veterinárias e professor na Faculdade de Agronomia, onde coordena o curso de Zootecnia. 

Compartilhe:

Share on whatsapp
Share on twitter
Share on facebook
Share on email
Share on linkedin
Share on telegram
Share on google
Language »
Fonte
Contraste