Publicado originalmente em Agência Lupa por Catiane Pereira. Para acessar, clique aqui.
Circula pelo WhatsApp que João Carlos de Medeiros Ferraz, ex-presidente da Sete Brasil, foi convidado para liderar a reestruturação de uma área financeira da Petrobras, denominada “Gerência de Financiamento de Projetos (FINPROJ)”. Segundo a publicação, o próprio João Carlos Ferraz teria declarado estar “entusiasmado” em retornar à empresa este ano. O empresário foi denunciado e condenado na Operação Lava Jato. Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação?:
Fala sério, tem como esse governo dar certo? Ex-Executivo da Petrobras volta à empresa João Carlos de Medeiros Ferraz, ex-presidente da Sete Brasil, foi convidado para encabeçar a reestruturação da área financeiras da Petrobras, com a recriação da gerência de Financiamento de Projetos (FINPROJ). “Estou muito entusiasmado de voltar à Petrobras. Reunirei o meu antigo time de Project Finance.” Fez delação e devolveu 3 milhões de propina”
– Texto em imagem que circula pelo WhatsApp
Falso
A informação analisada pela Lupa é falsa. O empresário João Carlos de Medeiros Ferraz não reassumiu nenhum cargo na Petrobras este ano e tampouco foi convidado para liderar a reestruturação da área financeira da empresa. Em nota, enviada por WhatsApp, a assessoria de imprensa da Petrobras negou o boato e afirmou que são inverídicas as informações sobre uma suposta indicação de José Carlos Ferraz para os quadros da companhia.
Além disso, não existe no organograma da Petrobras a “Gerência de Financiamento de Projetos (FINPROJ)”, que seria a área que ficaria sob a liderança de João Carlos Ferraz. A assessoria da Petrobras também confirmou que o setor não existe. O nome do empresário tampouco consta em setores de gestão ou na lista de diretoria da Petrobras. Na imprensa também não há notícias de que Ferraz retornou para a Petrobras.
João Carlos de Medeiros Ferraz foi presidente da Sete Brasil, empresa criada para intermediar as construções de plataformas para exploração de petróleo do pré-sal. O empresário esteve envolvido em casos de corrupção descobertos pela Operação Lava Jato. Segundo a denúncia, entre os crimes nos quais foi acusado estão corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Na Lava Jato, Ferraz foi condenado em duas ações. O empresário assumiu que recebeu um valor de 1,9 milhão de dólares em propina e fechou acordo de delação premiada com a força-tarefa da operação. O empresário se comprometeu com o Ministério Público a devolver R$ 3 milhões e repatriar pelo menos 1,9 milhão de dólares.
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