Publicado originalmente em Agência Lupa por Evelyn Fagundes. Para acessar, clique aqui.
Circula nas redes sociais um vídeo que mostra uma criança que teria desmaiado após tomar uma vacina. Em outro trecho, o conteúdo apresenta um homem que grita em um ambiente médico. De acordo com a legenda do vídeo, uma criança teria morrido na Paraíba depois de tomar a vacina da Covid-19 e, o homem que aparece na segunda parte do material seria o pai desesperado com o acontecido. É falso. Por WhatsApp, leitores sugeriram que o conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
Vacinação mata criança na Paraíba. Pai desesperado após ver seu filho morto. Criança morre após vacina da Covide
– Legenda do vídeo que circula no WhatsApp
Falso
O vídeo não comprova que houve a morte de uma criança, ocasionada pela vacinação contra a Covid-19. O Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde da Paraíba afirmaram que não existem registros de mortes pós-vacinação em crianças. Além disso, o trecho que mostra um homem gritando em um ambiente hospitalar não tem relação com a vacinação ou com o coronavírus, pois foi publicado em fevereiro de 2019, antes da pandemia.
Em nota, a Secretaria de Saúde da Paraíba afirmou que não ocorreu nenhuma morte pós-vacinação em crianças no estado. “Nenhum efeito adverso grave em decorrência da vacina foi registrado no estado. Não é verdadeira a informação de que tenha ocorrido na Paraíba, tampouco que tenha sido um efeito da vacina contra Covid-19”, declarou, no comunicado.
O Ministério da Saúde disse que não existem no Brasil registros de mortes decorrentes da vacinação contra a Covid-19 em crianças, em texto enviado à Lupa. “É falso que tenham ocorrido óbitos de crianças associados à vacinação contra a Covid-19 no Brasil”, afirmou a pasta. “As vacinas ofertadas à população, incluindo as vacinas contra a Covid-19, são seguras, eficazes e aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).”
Segundo a Anvisa, a maior parte dos eventos adversos pós-vacinação ocorridos no público infantil são leves. “O monitoramento realizado pela Anvisa demonstra que a grande maioria dos eventos identificados não são graves, normalmente relacionados a efeitos no local da aplicação, como dor e inchaço, ou eventos de curta duração, como ocorrência de febre e indisposição”, destacou a agência, em nota. “Todos os dados do uso das vacinas contra Covid-19 no Brasil, disponíveis até o momento, apontam para benefícios superiores aos riscos.”
O trecho do vídeo falso que mostra um homem gritando em um ambiente hospitalar não tem relação alguma com a vacinação contra a Covid-19. Essa gravação já foi utilizada anteriormente, em 2022, em outras publicações desinformativas com a mesma narrativa apresentada neste ano. Naquele ano, a AFP Checamos fez uma verificação sobre a filmagem. Na realidade, esse vídeo foi feito na Maternidade Balbina Mestrinho, em Manaus, no mês de fevereiro do ano de 2019. Na ocasião, o homem teria acabado de receber a notícia sobre a morte de sua esposa e bebê.