Publicado originalmente em Agência Lupa por Gabriela Soares. Para acessar, clique aqui.
Circula nas redes um vídeo com a fala do jornalista norte-americano Glenn Greenwald sobre uma suposta decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 11 de janeiro de 2023 solicitando o banimento de perfis em redes sociais. Segundo a publicação, o texto exposto por Greenwald comprova que houve fraude nas eleições de 2022. É falso.
Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação:
“Censura de Moraes é comprovada
O próprio STF/TSE manipularam as eleições
Fraude nas eleições na cara dura!!”
– Trechos de texto em vídeo que circula nas redes sociais
Falso
O texto mostrado pelo jornalista norte-americano Glenn Greenwald não comprova fraude nas eleições de 2022. O suposto documento apresentado por ele se refere a uma decisão de 11 de janeiro de 2023 — ou seja, não teria como interferir no pleito presidencial de outubro de 2022.
Trata-se do Inquérito 4.8879, que apura uma possível omissão do governador do Distrito, na época afastado, Federal Ibaneis Rocha (MDB), dos ex-secretários de Segurança Pública do DF Anderson Torres e Fernando de Sousa Oliveira, e do ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal Fábio Vieira, em relação aos ataques de 8 de janeiro. Rocha voltou ao cargo em 16 de março de 2023, após autorização do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Na apresentação, Greenwald lê trechos de uma decisão do STF supostamente enviada a redes sociais como X, Facebook, Instagram, Rumble e TikTok, solicitando o banimento de perfis nessas plataformas. Não foi possível verificar a veracidade do texto, já que o processo e decisões relacionadas a ele estão sob sigilo. A fala aconteceu em 16 de abril de 2024 (a partir de 35:18), durante debate da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados sobre acusações de suposta censura do Judiciário brasileiro ao X (ex-Twitter) em 2022.
Vale ressaltar ainda que, ao contrário do que é informado no texto do vídeo que circula nas redes sociais, a fala de Greenwald não tem nenhuma relação com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).