Desinformação e falta de transparência impactam cobertura vacinal 

Publicado originalmente em *Desinformante por Rodolfo Vianna. Para acessar, clique aqui.

Pesquisadores da Universidade Federal de Rondônia concluíram que a falta de uma comunicação oficial eficaz contribui para as quedas preocupantes da cobertura vacinal de crianças. Analisando sites e redes oficiais do estado de Rondônia, verificaram que o acesso às vacinas é dificultado pela ausência de informações básicas, como local e horário de vacinação, o que contribui para a influência da desinformação sobre vacinas.

Os pesquisadores analisaram a relação entre desinformação, indisponibilidade de dados públicos e escassez de informações de transparência pública na saúde. “Passamos, com os levantamentos, a perceber a escassez parcial ou total de uma comunicação pública, propositiva e até mesmo mais básica sobre vacinação, sua importância, necessidade, efetividade e biossegurança”, afirmou o coordenador do estudo, Vinicius Valentin Raduan Miguel.

O foco da pesquisa foi a imunização contra poliomielite, doença grave, incapacitante e capaz de ensejar graves limitações às pessoas. A imunização contra a doença em Rondônia, em 2020, ficou em 66,62%, enquanto a meta de cobertura vacinal é de 95%. O estado é o que registra a menor cobertura vacinal do país, mas o fenômeno de sua redução é nacional e preocupa a comunidade científica. 

O estudo aponta o desabastecimento de vacinas, o desconhecimento da importância delas, as dificuldades no acesso à vacinação e as campanhas de desinformação como os principais fatores que contribuem para a baixa taxa de cobertura vacinal. 

Fenômeno global, movimentos contrários às vacinas (antivax) crescem e propagam desinformação com forte impacto na saúde pública. Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já listava a “hesitação em relação às imunizações” entre os 10 maiores desafios de saúde pública global, após o número de casos de sarampo triplicar no mundo em relação a 2018. 

Segundo a OMS, esta hesitação, fruto da desinformação e compartilhamento das chamadas fake news, “ameaça reverter o progresso feito no combate às doenças evitáveis por meio de vacinação”.

Com a pandemia de Covid-19, ninguém ficou ileso à guerra desinformativa sobre vacinas. No Brasil, os esforços para disseminar mentiras e desinformação contra imunizantes contou com o apoio, inclusive, do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Este ano, o Radar Aos Fatos identificou um aumento no compartilhamento de conteúdos antivacina no WhatsApp desde o dia 26 de janeiro, quando o Ministério da Saúde fez anúncios sobre o calendário vacinal de 2023, que tem como foco um reforço contra a Covid-19. Segundo o levantamento, voltaram a circular com frequência correntes antigas com mentiras e teorias conspiratórias sobre a vacina, como a de que ela serviria para controle populacional por parte de uma elite global.

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