Publicado originalmente em União Pró-Vacina por Thaís Cardoso. Para acessar, clique aqui.
Fenômeno que vem tomando cada vez mais a comunicação e que ganhou força graças à popularização das redes sociais, a desinformação não apenas pode transformar mentiras em verdades como também pode até levar à morte, como se tem visto durante a pandemia de covid-19. Para falar sobre esse fenômeno e também sobre o importante trabalho da Rede Nacional de Combate à Desinformação, o USP Analisa exibe a partir desta semana uma entrevista em duas partes com a jornalista, professora da Universidade Federal do Piauí e coordenadora dessa rede, Ana Regina Rego.
Ela explica que sempre houve uma convivência entre jornalismo e desinformação ao longo dos dois últimos séculos. Esse processo, segundo a professora, está ligado a alguma crise política ou ruptura social e tende a criar polarização.
“No atual momento, há um contexto mais complexo ainda porque nós temos a potencialização desse fenômeno exatamente porque existe uma BIOS virtual, nós vivemos imersos dentro de plataformas digitais. E essas plataformas digitais têm modelos de negócio cada vez mais apurados e estratégicos que privilegiam determinados tipos de narrativas que são mais visíveis e que portanto trazem mais rentabilidade para as próprias plataformas”, diz ela.
De acordo com Ana, a desinformação chega como informação para a população, geralmente mesclando mentiras, fatos e informações descontextualizadas. Além disso, nem sempre as pessoas procuram sites de checagem para conferir a veracidade e preferem acreditar no conteúdo recebido.
“Isso acontece porque nós temos princípios, valores, diferentes percepções e lastros com a experiência, ou seja, com o passado, com a ciência, com a história. Nós trabalhamos com uma percepção a partir de uma hermenêutica da consciência histórica. Essa hermenêutica da consciência histórica, ou seja, esse lastro que nós temos com o passado, nos possibilita uma processualidade crítica em relação àquilo que nós estamos recebendo. Quanto menor é esse nosso lastro com o passado, essa nossa educação para o tempo, para a história e para a memória, maior é a nossa abertura para recepção de narrativas que contestam a ciência”, afirma.
A primeira parte da entrevista vai ao ar nesta quarta (2), a partir das 18h05, com reapresentação no domingo (6), às 11h30. O programa também pode ser ouvido pelas plataformas de áudio iTunes e Spotify.
O USP Analisa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o programa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram.