Publicado originalmente em Observatório da Comunicação Pública (OBCOMP). Para acessar, clique aqui.
Fundadora e coordenadora geral do Observatório de Comunicação Pública (OBCOMP), a professora Maria Helena Weber analisa o cenário vivido pela comunicação pública no Brasil em entrevista concedida ao site ComunicoLog. A pesquisadora destaca que vivemos “uma era que os limites da comunicação política, da comunicação pública, da comunicação governamental e da comunicação pessoal privada se confundem”.
Na entrevista, realizada por ocasião dos cinco anos do OBCOMP, Maria Helena comenta também a situação da Comunicação enquanto campo de pesquisa no Brasil e defende mais investimentos em ciência. “O governo deve investir em pesquisas e em projetos que ampliam não apenas a produção científica, mas a possibilidade da ciência e da universidade cumprirem seu papel e sua função pública”, disse.
Ao falar sobre o atual momento político do país, afirmou que o governo federal coloca em risco a ideia de uma comunicação verdadeira pública ao se pautar por interesses privados. “Nós identificamos muitas características que são próprias dos governos autoritários, que é uma comunicação voltada à propaganda, ao interesse privado”, alertou.
A pesquisadora também entende que há “uma dimensão populista” na comunicação do governo federal, o que “pode se aproximar do fascismo”. Com isso, ressalta que se cria “uma dramatização, uma passionalização no modo de governar”. Para a professora, a comunicação pública “não pode ser a propaganda dos governos, e sim a relação que se estabelece entre governo, estado e sociedade”.
O ComunicoLog é um site voltado à difusão de notícias sobre a Comunicação enquanto área de estudo acadêmico e existe desde setembro deste ano. Foi idealizado e é editado por Cristiano Anunciação, jornalista e doutor em Comunicação pela UnB.