Como noticiar os assédios dentro dos ônibus?

Publicado originalmente em Observatório da Mídia UFES. Para acessar, clique aqui.

Manual “Elas no ônibus” é lançado como TCC em jornalismo na Ufes

Para facilitar o trabalho da imprensa na cobertura dos casos de importunação sexual, uma estudante de jornalismo da Ufes preparou, como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), o Manual “Elas no Ônibus: abordagem noticiosa da importunação sexual de mulheres”. A produção de Camila Pereira Borges, aprovada em 2022, está disponível para download gratuito neste link(link is external).

O trabalho foi orientado pela professora doutora Patricia Cardoso D’Abreu, que é uma das coordenadoras do “Observatório da Mídia: direitos humanos, políticas, sistemas e transparência”, núcleo de pesquisa e ação vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades da Universidade Federal do Espírito Santo (PósCom-Ufes).

O tema da Importunação Sexual ganhou maior visibilidade nos últimos anos devido ao aumento do número de denúncias contra homens que se masturbavam ou cometiam outros abusos sexuais em transportes públicos em São Paulo – o que também levou à tipificação criminal da Importunação Sexual pela lei n. 13.718 de 2018.

Para preparar o manual, Camila pesquisou como casos de importunação estavam sendo noticiados (principalmente sob a perspectiva de gênero) desde a sua tipificação em 2018. A banca que aprovou o TCC foi formada pela orientadora mais os professores Rafael Bellan Rodrigues de Souza e Natália Kleinsorgen Bernardo Borges, além da repórter e apresentadora da Rede Globo Iana Coimbra. 

“Meu objetivo é facilitar o trabalho das profissionai e dos profissionais da imprensa, que têm uma rotina acelerada, mas podem e devem promover uma prática jornalística que preze pela igualdade de gênero e pelo respeito à vida, à dignidade, à integridade física, ao ir e vir e aos demais direitos fundamentais das mulheres”, afirma a agora também jornalista Camila Borges.

A autora também destaca as seguintes responsabilidades sociais do jornalismo: tornar o linguajar jurídico inteligível; usar fontes especializadas; e conscientizar a respeito das leis que já existem para proteger as mulheres e dos caminhos para enfrentamento e denúncia de violências.

Bastante ilustrado, o manual contém: os dados da pesquisa realizada; a diferenciação dos crimes sexuais; as leis recentes criadas para combater a violência contra a mulher; exemplos de notícias que devem ser evitados; e boas práticas a serem adotadas tanto individualmente quanto coletivamente nas redações dos jornais. O manual contou com a participação e apoio de várias mulheres, desde as vítimas que compartilharam seus relatos, até profissionais das áreas de direito, psicologia e jornalismo – todas apresentadas no TCC.

Texto de Ademar Possebom.

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